De acordo com um voto que deu hoje entrada na Assembleia da República, a bancada comunista "expressa a sua solidariedade para com as vítimas da guerra na Ucrânia, que tem lugar desde há oito anos".
Os deputados comunistas acrescentaram que os "atos criminosos, incluindo em cenário de guerra, não só não têm justificação como merecem a mais viva condenação, ocorram eles em solo da Ucrânia, do Iraque, do Afeganistão ou da Líbia".
O grupo parlamentar do PCP reivindicou o "indispensável, cabal e rigoroso apuramento das situações relatadas em Bucha, assegurado por entidades efetivamente independentes e determinado pela real avaliação dos factos e não por julgamentos predeterminados que, ao invés de contribuírem para apurar a verdade, se insiram na justificação da escalda da guerra".
Os comunistas apelaram ainda à criação de iniciativas que contribuam para um cessar-fogo e conduzam a um "processo de diálogo com vista a uma solução negociada" entre a Rússia e a Ucrânia.
Nos últimos dias, as autoridades ucranianas e organizações não-governamentais (ONG), como, por exemplo, a Human Rights Watch (HRW) denunciaram execuções sumárias de centenas de civis alegadamente perpetradas por militares da Rússia na cidade de Bucha, cidade na região de Kiev.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na segunda-feira que o alegado massacre vai ser reconhecido "como um genocídio". Moscovo refuta todas as acusações e alega que houve encenação.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, e feriu 2.195, entre os quais 266 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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