"Rumo à irrelevância" ou "suicídio"? As reações à (nova) polémica com PCP

Comunistas não acompanharam a proposta do PAN sobre o convite a Volodymyr Zelensky para discursar na Assembleia da República, justificando que isso contribuiria para a "escalada da guerra". As reações não se fizeram esperar... E, claro, os memes.

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Tomásia Sousa
06/04/2022 19:27 ‧ 06/04/2022 por Tomásia Sousa

Política

Ucrânia

O Partido Comunista Português (PCP) voltou a estar, esta quarta-feira, no centro da polémica, depois de se ter oposto à proposta de sessão parlamentar por videoconferência com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenky.

"A Assembleia da Republica, enquanto órgão de soberania deve ter um papel institucional, não para contribuir para a escalada da guerra", apontou Paula Santos, a líder parlamentar do partido.

Antes disso, o PCP já tinha defendido uma investigação rigorosa sobre as mortes de civis na cidade de Bucha, alertando para "comprovados exemplos" de operações de manipulação.

A nota, que sustentava que "são inquietantes" as notícias "difundidas a partir dos centros do poder ucraniano", gerou também alguma revolta, já que punha em causa a veracidade das imagens do massacre naquela cidade.

Nas redes sociais, multiplicam-se mais uma vez as reações à posição dos comunistas perante a situação na Ucrânia.

O líder do PSD, Rui Rio, questionou, no Twitter, como é possível que o Partido Comunista não concorde em aceitar que Zelensky discurse na Assembleia da República. "Inacreditável", escreveu.

Cristóvão Norte, também do PSD, considera que "estamos a assistir ao suicídio" do PCP, que continua "a manter-se cegamente leal a Moscovo e a regimes que desprezam os direitos humanos".

O presidente do Volt Portugal, Tiago Matos Gomes, compara mesmo o PCP a um homem "que culpa a mulher que se pôs a jeito para ser violada". "O PCP desculpabiliza o violador e culpa quem é violado. O PCP desculpabiliza o agressor e culpa o agredido", escreveu no Twitter.

A socialista Isabel Moreira partilhou o texto do grupo parlamentar, onde os comunistas pedem o "cabal apuramento dos relatos" sobre a morte de civis em Bucha, face às "alegações russas de que se tratou de uma operação de manipulação". 

Mais tarde, a deputada voltou a recorrer ao Twitter para defender que as declarações da líder parlamentar do PCP "são um suicídio político".

Outro deputado do PS a reagir foi Ivan Gonçalves, que considerou "penoso" para os que se habituaram a respeitar o PCP "assistir a esta contemporização com um agressor que não respeita os mais básicos direitos humanos".

João Paulo Batalha, ex-presidente da associação Transparência e Integridade, defendeu que o PCP "é, no máximo, um partido resignado à democracia liberal".

"Mas não defende a democracia liberal nem a construiu. Quando surge cheio de certezas sobre os crimes das democracias liberais e cheio de dúvidas sobre os crimes das ditaduras totalitárias, é por isso", acrescentou.

As críticas e comentários não se ficaram por aqui. Da surpresa à ironia, houve também espaço para os famosos memes em torno da posição dos comunistas.

 

 

 

 

 

Leia Também: "Deve ter papel em defesa da paz". PCP disse 'não' a Zelensky na AR

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