Presidente do PS pede que se mantenham "canais de diálogo"
O presidente do Partido Socialista, Carlos César, afirmou hoje, na Praia, que não se devem perder "canais de diálogo" para acabar com a guerra na Ucrânia, além da "condenação veemente" da Rússia e do reforço das sanções.
© Global Imagens
Política Ucrânia/Rússia
"O meu entendimento é que essas sanções devem ser sempre reforçadas em todas as dimensões, mas que não se pode perder todos os canais de diálogo que se consegue manter. Independentemente da condenação veemente que se faz da Rússia, neste contexto, têm que existir fóruns internacionais e organismos nos quais seja possível desenvolver o diálogo, quer no plano formal quer no plano informal", afirmou aos jornalistas o líder dos socialistas portugueses, à saída de visita ao Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves.
"Porque só há uma solução para as guerras. Não é a do vencedor nem a do vencido, é a do diálogo e da concertação. Porque no diálogo e na concertação é que se firma com perenidade a paz", afirmou.
O presidente do PS iniciou hoje uma visita de três dias à Praia, durante a qual vai participar no congresso do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), tendo admitido que o tema da guerra da Ucrânia foi "inevitável" de abordar no encontro desta manhã com o chefe de Estado cabo-verdiano.
"Porque a nossa vida coletiva está hoje marcada não só pelas consequências da crise pandémica, que se prolongou também durante muito tempo e que ainda persiste, mas também com a guerra, quer pela visualização da carnificina e da banalização do mal e da barbárie que hoje vemos nos ecrãs das televisões, trespassando toda a Ucrânia", afirmou o líder socialista.
Carlos César recordou igualmente as "consequências no plano económico e social" que o conflito está a provocar, nomeadamente nos dois países.
"Já não há guerras locais com efeitos meramente locais e muito menos uma guerra com esta dimensão e com as sanções que com justiça a comunidade internacional, dos principais países e a União Europeia têm desenvolvido em relação à Rússia, na procura de conter essa sua expansão ilegítima e cruel", concluiu.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.611 civis, incluindo 131 crianças, e feriu 2.227, entre os quais 191 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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