Santos Silva repreende Ventura: "Não há atribuições de culpa coletivas"

"Há um cigano fugido noutro país depois de ter morto um PSP e que o patriarca da comunidade cigana diz que no seu modo, no seu tempo, o entregará à Justiça e, sobre isso, este Parlamento não deu uma palavra", apontara o líder do Chega.

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Tomásia Sousa
08/04/2022 16:13 ‧ 08/04/2022 por Tomásia Sousa

Política

Chega

O presidente da Assembleia da República interrompeu, esta sexta-feira, o discurso do líder do Chega no Parlamento, quando este se referia à morte de um agente da PSP por um suspeito alegadamente pertencente à comunidade cigana.

André Ventura falava no segundo dia da sessão plenária de discussão do Programa do XXIII Governo Constitucional, quando aproveitou para assinalar o Dia Internacional do Cigano: "É um dia em que não devemos esquecer-nos das minorias… que é porreiro para o chá das cinco".

"A capacidade de dizer ‘sim’ à capacidade cigana tem de acabar em Portugal", acrescentou Ventura. "Minorias não devem ser confrontadas, mas também não podem ser apaparicadas ao ponto de ignorarem que têm que ter os mesmos deveres que todos os portugueses."

"Há um cigano fugido noutro país depois de ter morto um PSP e que o patriarca da comunidade cigana diz que no seu modo, no seu tempo, o entregará à Justiça e, sobre isso, este Parlamento não deu uma palavra", apontou também o líder do Chega, falando num "paraíso de impunidade", antes de ser interrompido pelo presidente da Assembleia da República.

"Não há atribuições de culpa coletivas em Portugal", assinalou Augusto Santos Silva, recebendo aplausos de todas as bancadas, exceto a do Chega. "Peço que continue livremente a sua intervenção, respeitando esse princípio", rematou.

Antes, Ventura já tinha dito não compreender que "a comunidade cigana sempre esteja tão pronta para ser aplaudida por este parlamento", lamentando não ver notícias de "que os ciganos agrediram a GNR no Alentejo ou os bombeiros".

Ao retomar a intervenção, no púlpito do hemiciclo, o presidente do Chega respondeu que não aceita que "nenhum outro deputado ou presidente da Assembleia limite" a sua intervenção, o que motivou também um aplauso por parte da sua bancada.

[Notícia atualizada às 17h04]

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