Em conferência de imprensa no parlamento, Paula Santos defendeu que a iniciativa foi uma "provocação" que confirmou a "crescente promoção de conceções reacionárias e fascizantes" liderada "pela mão dos principais promotores".
"Esta sessão é parte integrante da operação de falsificação e deturpação da história de quem nunca se conformou com os avanços, os direitos e as liberdades conquistados pela Revolução de Abril. Operação que tem como objetivo a desvalorização e a menorização do 25 de Abril, que derrubou a ditadura fascista (...) que instaurou o regime democrático consagrado na Constituição da República Portuguesa", sustentou.
Paula Santos afirmou que há hoje uma "ofensiva" que quer "reescrever a história" e procura "legitimação institucional", contando com o apoio do PSD, CDS-PP, IL e Chega, bem como a "anuência de mais forças políticas a que se juntou o Presidente da República com a sua presença" na sessão solene.
A deputada comunista criticou quem "quer tornar o 25 de Novembro naquilo que não foi", acrescentado que os acontecimentos de novembro de 1975 representaram um "golpe contra-revolucionário para travar o processo transformador da Revolução de Abril" e acusando os seus promotores de quererem que esse momento tivesse "colocado em causa o regime democrático, amputado as liberdades e ilegalizado o PCP".
"Não integraremos nem legitimaremos ações que têm como objetivo atacar a Revolução de Abril. O país assistiu hoje a um lamentável acontecimento, com um desfilar de concepções retrógradas, reacionárias e fascizantes que fazem parte do passado", disse Paula Santos.
O PCP criticou a intervenção do Presidente da República, acusando Marcelo Rebelo de Sousa de contribuir para a "desvalorização da Constituição" e recordando que o chefe de Estado assumiu, na sua tomada de posse, o compromisso de "respeitar, cumprir e fazer cumprir" a Constituição.
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