Pela inauguração da evocação no NewsMuseum, em Sintra, passaram hoje figuras do passado, presente e futuro dos sociais-democratas, tendo o atual presidente do PSD estado ausente por razões de agenda, segundo fonte oficial do partido, segundo a qual Rui Rio irá visitar o espaço em breve.
Na sua intervenção, que fechou a cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa recordou o tempo que Zeca Mendonça passou em Belém, cerca de ano e meio, classificando-o como "um suplemento de vida".
"Tinha tido sempre um sonho que era, além de ser assessor partidário do seu partido, ser ou assessor de primeiro-ministro, não calhou, ou assessor do Presidente da República. E ficou com esse sonho em suspenso, e um dia confessou-me", contou o chefe de Estado, acrescentando que Zeca Mendonça esperou que terminasse a liderança de Pedro Passos Coelho e decidiu que não já trabalharia com o presidente seguinte, qualquer que ele fosse, para ir para Belém.
O chefe de Estado salientou que "o Zeca entrou em pontas de pés, começou a conhecer a casa, e ao fim de 15 dias era a pessoa mais popular em Belém", e até revelou uma hesitação que teve.
"Era tal o sucesso que pensei: finalmente tenho o chefe de gabinete que procurava -- é um problema polémico com vários presidentes da República, se deve haver distinção chefe da Casa Civil e chefe de gabinete. Houve quem tivesse os dois, o Presidente Eanes e o Presidente Mário Soares, quem não tivesse e unisse, o Presidente Jorge Sampaio e o Presidente Cavaco Silva. E eu disse, é o ideal", afirmou, relatando que tal aconteceu antes de o assessor ter adoecido com gravidade.
Além de Marcelo Rebelo de Sousa, que foi presidente do PSD entre 1996 e 1999, estiveram no NewsMuseum os antigos líderes sociais-democratas Francisco Pinto Balsemão -- também militante número um e antigo primeiro-ministro --, Manuela Ferreira Leite e Luís Marques Mendes, bem como os atuais presidentes da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, de Cascais, Carlos Carreiras, e o autarca de Sintra eleito pelo PS, Basílio Horta.
Estiveram igualmente nesta cerimónia de homenagem o líder parlamentar e presidente do Conselho Nacional do PSD, Paulo Mota Pinto, e o 'vice' da bancada e ex-candidato autárquico em Sintra Ricardo Baptista Leite.
Luís Montenegro, único candidato à liderança do PSD já anunciado para as diretas de 28 de maio, também marcou presença, enquanto Jorge Moreira da Silva, que deverá fazer o anúncio em 14 de abril, acabou por não comparecer, apesar de o seu nome ter sido dado como confirmado.
A histórica militante do PSD Conceição Monteiro, o antigo eurodeputado Carlos Coelho, a ex-líder da JSD margarida Balseiro Lopes, a eurodeputada Graça Carvalho foram outras das presenças na cerimónia.
Rui Rio participou com um depoimento em vídeo, tal como vários outros ex-líderes como Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho, Pedro Santana Lopes, José Manuel Durão Barroso, Rui Machete, Luís Filipe Menezes ou o eurodeputado Paulo Rangel.
Como assessor de imprensa, Zeca Mendonça trabalhou com todos os presidentes do PSD, à exceção do atual líder Rui Rio, terminando funções no mandato de Pedro Passos Coelho.
Em dezembro de 2017, pôs fim a 43 anos de ligação profissional ao PSD para ir reforçar a equipa de assessoria do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, funções em que se manteve até morrer, em 28 de março de 2019, aos 70 anos.
José Luís Mendonça Nunes, conhecido por Zeca Mendonça, nasceu em Lisboa, na freguesia de Santos-o-Velho, em 23 de março de 1949.
Tornou-se funcionário do PSD (então PPD) em 1974, tendo começado como segurança, e em 1977 passou para o gabinete de imprensa do partido, no qual trabalhou durante 40 anos.
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