Derrotar Le Pen "é essencial para defender projeto democrático europeu"

O Livre defendeu hoje que é "essencial para todos os que defendem o projeto democrático europeu" que a candidata de extrema-direita Marine Le Pen seja derrotada na segunda volta com o presidente cessante Emmanuel Macron.

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Lusa
11/04/2022 12:00 ‧ 11/04/2022 por Lusa

Política

França/Eleições

"É essencial para todos aqueles que defendem o projeto democrático europeu que Le Pen seja derrotada e Macron revalide o seu mandato como presidente da República Francesa", lê-se num comunicado enviado às redações.

Para o partido representado no parlamento pelo deputado único Rui Tavares é também essencial "a todos os que se revêm na necessidade de lutar pela justiça social e na urgência do combate à crise ecológica que vejam para lá de Macron e consigam tecer laços de coesão entre as forças ecológicas, progressistas, democráticas e europeístas para reconstruir o campo da esperança na França e por toda a Europa".

O Livre escreve ainda que "apesar do bom resultado de Macron, esta eleição prova que o seu exercício de poder presidencial não contribuiu para diminuir o grau de polarização" da política "e da sociedade francesa, nem para sarar as suas muitas feridas".

"Cinco anos depois, adivinha-se a segunda volta mais incerta de sempre com a presença de uma candidatura da extrema-direita --- sinal claro de que as coisas não vão bem em França e que Macron não contribuiu para as melhorar", acrescenta.

Para o partido, "a importância destas eleições francesas não pode ser vista de forma desligada do atual contexto de guerra no continente europeu e da necessidade de coesão na União Europeia para fazer frente ao neoimperialismo de Vladimir Putin e para prestar a necessária solidariedade ao povo ucraniano na sua tarefa de resistência e de reconstrução do seu país".

"Uma vitória de Le Pen, que foi financiada por bancos afiliados a Putin e que à entrada para esta campanha ainda declarava a sua admiração pelo autocrata russo, seria um desastre para a União Europeia e um presente dado a todos os líderes populistas, autoritários e reacionários", vinca.

O Livre destaca ainda o resultado à esquerda de Jean-Luc Mélenchon, que "voltou a ter um resultado notável, com 21% dos votos, tendo tido a expectativa real e a possibilidade de vir a disputar a segunda volta com o Presidente Macron, assim desalojando a extrema-direita de um lugar demasiado habitual para esta".

"Em reação aos resultados deixou uma mensagem inequívoca aos seus eleitores: na segunda volta nem um voto na extrema-direita. Esta forma de apoio indireto, menos ambíguo do que há cinco anos, a Macron, face às sondagens para a segunda volta e à possibilidade real da extrema-direita chegar ao poder em França, poderá ser imprescindível para impedir esse cenário", lê-se no comunicado.

O partido deixa ainda uma nota sobre o resultado do candidato apoiado pelo Europe Ecologie - Les Verts, Yannick Jadot, que "já apelou ao voto em Macron por parte de todos os seus eleitores, e de todas as forças democráticas em geral, para que seja feita barragem à extrema-direita", um apelo que o Livre diz apoiar.

O Presidente francês cessante, Emmanuel Macron, obteve 27,42% dos votos na primeira volta das eleições presidenciais em França, segundo o Ministério do Interior e quando estão contados 89% dos sufrágios.

Os resultados provisórios, divulgados na internet pelo referido ministério, indicam que a candidata da União Nacional (extrema-direita), Marine Le Pen, conseguiu 24,6 % dos votos e que o candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon obteve 20,8%.

A abstenção situa-se nos 27%.

Macron e Le Pen disputarão a segunda volta a 24 de abril e o Presidente francês poderá ser reeleito segundo sondagens realizadas hoje após a primeira volta. Macron conta com entre 54% e 51% das intenções de voto contra 46%-49% para Le Pen, o que significa que a disputa seria muito mais renhida do que há cinco anos, quando o Presidente ganhou com 66,1% dos votos e a candidata da União Nacional obteve 33,9%.

Leia Também: PS aponta semelhanças com Livre; Tavares responde que PS é quem governa

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