Em comunicado, a concelhia de Serpa do PCP referiu que, "no passado", os social-democratas "procuraram justificar" que os serviços do hospital "tenderiam a piorar e encerrar" sem o acordo que passou a gestão do SNS para a Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS).
"Hoje advogam que o regresso do hospital à gestão pública significará o seu encerramento definitivo. Esta é uma chantagem inadmissível que não aceitamos", afirmou o PCP.
O Hospital de S. Paulo passou a ser gerido pela SCMS em 01 de janeiro de 2015 e por 10 anos, ao abrigo de um acordo assinado em 2014 entre a instituição, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo e Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).
O PCP vincou que "o incumprimento reiterado das cláusulas do acordo" pela SCMS, nomeadamente em relação ao funcionamento das urgências, "é razão mais do que suficiente para a resolução, devendo a gestão do hospital regressar para a esfera do Ministério da Saúde".
Segundo o PCP, "só a gestão pública do Hospital de S. Paulo, integrado no SNS, garante a prestação de cuidados de saúde a que a população do concelho tem direito", com a instalação do Serviço de Urgência Básica e consultas regulares de várias especialidades.
De acordo com o PCP, o acordo, assinado durante o "Governo PSD/CDS de Passos Coelho e Paulo Portas", foi "feito nas costas das autarquias, das populações, dos utentes e dos profissionais", e "teve, infelizmente, continuidade com os governos do PS de António Costa".
"Por isso, é compreensível que estes partidos tenham, ao longo dos anos, defendido a sua dama, procurando negar o inegável, desvalorizando dificuldades que se têm confirmado insuperáveis" na prestação de cuidados no hospital de Serpa.
Também "contrariando as propostas do PCP" para o retorno do hospital à gestão pública e "insistindo na política de encaminhamento de recursos públicos para o setor privado que deveriam ser canalizados para a valorização e o reforço do SNS".
O PCP lembrou que a população do concelho e também a Câmara e a Assembleia Municipal de Serpa, lideradas pela CDU, que junta PCP e Os Verdes, têm promovido "repetidas manifestações de descontentamento face ao deficiente funcionamento" do hospital.
Também deputados do PCP têm manifestado descontentamento em relação à prestação de cuidados a que o hospital está obrigado na base do acordo, a qual "se agravou com o incumprimento contratual que garantia o funcionamento em permanência do serviço de urgências".
Na passada terça-feira, a distrital de Beja do PSD alegou que a reversão para o SNS implicaria o fecho imediato do hospital e defendeu que a "única opção" é ser gerido pela SCMS.
Isto porque, segundo o PSD, a ARS do Alentejo "já admitiu" que o hospital, "no seguimento dessa devolução", "seria imediatamente encerrado", já que "não se cumprem os rácios populacionais" para o manter a funcionar e o edifício é da SCMS.
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[Notícia atualizada às 19h55]