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Da "crueza" ao "insulto". As reações dos partidos ao discurso de Zelensky

Enquanto a maioria dos partidos apoiou o discurso do presidente ucraniano e agradeceu a presença de Zelensky na Assembleia, por videoconferência, o PCP foi em sentido contrário: "A revolução de Abril foi feita para pôr fim ao fascismo e à guerra. É um insulto esta declaração [de Volodymyr Zelensky] que faz referência ao 25 de Abril."

Da "crueza" ao "insulto". As reações dos partidos ao discurso de Zelensky
Notícias ao Minuto

20:23 - 21/04/22 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política Zelensky na AR

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, discursou, esta quinta-feira, na Assembleia da República -  pediu a Portugal armamento pesado e reforço de sanções à Rússia, contou episódios macabros ocorridos no seu país devido à invasão russa e evocou o 25 de Abril - e, no final, os partidos reagiram à mensagem do chefe de Estado. 

No final da sessão solene de boas-vindas ao Presidente da Ucrânia, na Assembleia da República, o líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, classificou o discurso de Zelensky como "duro e tocante"

"O Governo português deve sem hesitação promover todo o apoio diplomático e militar ao alcance de Portugal às vítimas desta invasão", afirmou, defendendo que o executivo deve "corresponder positivamente" ao apelo feito hoje na Assembleia da República.

Para o PSD, esse apoio deve ser feito quer no plano de envio de armamento, quer diplomático, a nível da União Europeia e da NATO. "Queremos também associar-nos ao discurso do Presidente da Assembleia da República, que representou condignamente Portugal, é preciso passar das palavras aos atos", apelou Paulo Mota Pinto.

Chega. Portugal deve ser sensível ao "pedido de ajuda"

Em declarações aos jornalistas no final da sessão solene de boas-vindas ao Presidente da Ucrânia na Assembleia da República, com a participação do Presidente da República e do primeiro-ministro, André Ventura saudou Volodymyr Zelensky por "não ter medo e ter a humildade de pedir ajuda".

"Acho que Portugal hoje, nos seus vários poderes, o Presidente, o primeiro-ministro e o Parlamento todos ouvimos o mesmo repto, todos ouvimos o pedido de ajuda, todos ouvimos o pedido de solidariedade em vários níveis e é a esse pedido que devemos ser sensíveis e recetivos", salientou.

O presidente do Chega considerou também que Portugal deve fazer "tudo o que estiver" ao seu alcance "do ponto de vista militar para apoiar a Ucrânia neste momento difícil".

PCP diz que referência de Zelensky ao 25 de Abril é "um insulto"

O PCP considerou hoje que a referência que o Presidente da Ucrânia fez ao 25 de Abril durante a sua intervenção, por videoconferência, na Assembleia da República, "é um insulto" à Revolução dos Cravos.

"A revolução de Abril foi feita para pôr fim ao fascismo e à guerra. É um insulto esta declaração [de Volodymyr Zelensky] que faz referência ao 25 de Abril. O 25 de Abril em Portugal foi para libertar e contribuiu para a libertação dos antifascistas. Na Ucrânia estão a ser presos", argumentou a líder parlamentar comunista, Paula Santos, nos Passos Perdidos do Parlamento.

PAN pede ação contra oligarcas russos

No final da sessão solene de boas-vindas ao Presidente da Ucrânia, na Assembleia da República, Inês Sousa Real destacou "a crueza das palavras" de Volodymyr Zelensky. "Todos os gestos contam, não só diplomáticos, mas também acolher o que nos foi pedido: por um lado, ajuda militar para que possam defender o povo ucraniano e a soberania do seu território. Por outro lado, que se vá atrás dos bens dos oligarcas russos", afirmou, considerando que "o Estado português ainda não fez tudo o que estava ao seu alcance" na segunda parte.

A deputada única do PAN recordou a proposta do partido sobre o perdão da dívida ucraniano e salientou a importância da integração dos cidadãos da Ucrânia em Portugal. "Lamentamos que nem todas as forças políticas de forma unânime tenham apoiado esta iniciativa", realçou, numa referência à ausência do PCP da sessão solene.

PS destaca referência de Zelensky à liberdade após 25 de Abril 

O PS destacou hoje a referência feita pelo Presidente da Ucrânia à liberdade conquistada pelo 25 de Abril e defendeu que o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia se concluirá com este país em paz.

"A sessão solene que tivemos na Assembleia da República tem um particular simbolismo, o primeiro por se ouvir o Presidente da Ucrânia, um homem que lidera e defende a liberdade do seu povo. Por outro lado, o povo português, representado pelos 230 deputados, teve a oportunidade de mais uma vez de expressar o seu apoio e solidariedade", declarou o presidente da bancada socialista.

O ex-secretário de Estado referiu depois que se está hoje a quatro dias das comemorações do 48º aniversário da revolução do 25 de Abril de 1974. "A evocação pelo Presidente Zelensky do 25 de Abril tem um especial significado, porque é a luta pela liberdade", apontou.

IL pede mais apoio militar e reforço de sanções à Rússia

O presidente da Iniciativa Liberal defendeu hoje o reforço do apoio militar à Ucrânia e mais sanções à Rússia, e agradeceu o "testemunho vivo e direto" do Presidente Zelensky. No final da sessão solene de boas-vindas ao Presidente da Ucrânia, na Assembleia da República, João Cotrim Figueiredo salientou que "a luta da Ucrânia é por si própria, mas também por todos nós".

"Tivemos ocasião de ouvir do Presidente Zelensky um testemunho vivo e direto do que se passa na Ucrânia e dos sacrifícios que os ucranianos estão a fazer em nome da sua integridade territorial e da democracia liberal", afirmou, em declarações aos jornalistas.

O deputado da Iniciativa Liberal apoiou o apelo do Presidente da Ucrânia para a continuação e reforço do apoio de Portugal. "Apoios que não podem ser só logísticos e humanitários, têm de ser também em material militar. Espero que a presença do Governo signifique a anuência da continuação do apoio", apelou.

Livre. Discurso de Zelensky foi "uma honra"

No final da sessão solene de boas-vindas ao Presidente Volodymyr Zelensky, na Assembleia da República, o deputado único do Livre Rui Tavares apontou a responsabilidade de Portugal "pugnar pela unidade europeia frente ao uma agressão neoimperialista" da Rússia.

"E lutar para que os ucranianos tenham condições para se poderem defender e lutarem por eles e por nós", disse, apelando a que os deputados no parlamento sejam "convictos, vigorosos e imaginativos" na defesa de soluções que permitam "ultrapassar bloqueios europeus" em relação à defesa da Ucrânia.

Rui Tavares recordou as propostas do Livre de criar uma conta fiduciária para que a União Europeia deixe de "financiar a guerra de Vladimir Putin através da compra de gás e petróleo russos" e de julgar os criminosos de guerra no Tribunal Penal Internacional de Haia, a começar pelo Presidente da Federação Russa.

CDS. Discurso de Zelensky na AR foi "momento histórico"

O presidente do CDS-PP afirmou hoje que, mesmo o partido já não estando no parlamento, quis marcar presença na sessão solene de boas-vindas ao Presidente da Ucrânia, considerando ser um "momento histórico", e deixou críticas ao PCP.

"Nós hoje assistimos a um momento evidentemente histórico e neste momento histórico ali dentro não estiveram os deputados do PCP, que elegeram deputados à Assembleia da República. Em compensação, o CDS não elegeu deputados à Assembleia da República mas nós estamos aqui, e fizemos questão de estar aqui hoje porque esta é realmente a casa mãe da Democracia", afirmou Nuno Melo.

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