Numa proposta dirigida ao presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, Sérgio Sousa Pinto, o PSD defende que, após a sessão solene realizada na quinta-feira com o Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky por vídeoconferência, "é preciso continuar e aprofundar o apoio à causa ucraniana".
"No sentido de demonstrar ao povo ucraniano que não está sozinho nesta luta pela independência e liberdade, pela democracia, por um Estado de direito e pela paz, apelamos a Vossa Excelência para que possa enveredar os seus mais diligentes esforços junto do Conselho Supremo da Ucrânia (Parlamento Ucraniano -- Verkhovna Rada) para que uma delegação de deputados desta Comissão possa realizar uma missão parlamentar com os seus congéneres ucranianos", refere a proposta assinada pelos deputados Ricardo Baptista Leite, Tiago Moreira de Sá e Pedro Roque.
No texto, os deputados sociais-democratas citam o deputado do Parlamento Europeu Guy Verhofstadt, que afirmou que "a capital da Europa é Kiev".
"Já vários primeiros-ministros de países europeus, representantes da União Europeia -- como a Presidente da Comissão Europeia, o Presidente do Parlamento Europeu e o Presidente do Conselho Europeu -- e várias delegações de eurodeputados passaram pelo Parlamento ucraniano, vindos da Bélgica, Espanha e Lituânia e Roménia, para nomear os mais recentes, para expressar solidariedade à Ucrânia face à invasão e agressão da Federação Russa", justificam.
Na quinta-feira, num discurso por videoconferência perante o parlamento português, o Presidente da Ucrânia pediu armamento pesado e o reforço das sanções à Rússia.
Volodymyr Zelensky apelou também insistentemente a que Portugal apoie o processo para o seu país aderir à União Europeia e que use a sua influência nos países de língua portuguesa para estes estarem do lado dos ucranianos.
No final desta sessão solene, o PSD pediu ao Governo português para responder positivamente ao apelo do Presidente Zelensky de mais apoio diplomático e militar, dizendo que "é preciso passar das palavras aos atos".
"O Governo português deve sem hesitação promover todo o apoio diplomático e militar ao alcance de Portugal às vítimas desta invasão", afirmou o líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto.
Interrogado sobre que tipo de pressão irá o PSD fazer para que Portugal reforce o seu apoio à Ucrânia, Mota Pinto defendeu que se trata sobretudo de "matéria executiva".
"Gostaríamos que se passasse das palavras aos atos (...) Também nos parece incompreensível que, neste quadro, haja limitações ao Orçamento da Defesa. Portugal ainda recentemente teve de enviar militares por transporte privado", lamentou, apelando a um reforço orçamental para esta área.
Também presente na sessão solene como convidado, o eurodeputado do PSD Paulo Rangel lamentou que Portugal não esteja "na linha da frente" na defesa do estatuto de candidato à UE da Ucrânia, embora admitindo ser necessária "alguma prudência" quanto a um processo de adesão.
"É preciso alguma prudência, mas acho que António Costa foi demasiado reservado. Nós devíamos dar um sinal mais claro à Ucrânia e há todas as condições para o fazer. Não significa uma adesão rápida, mas, pelo menos, o estatuto do candidato devíamos assegurar que até ao verão está garantido", defendeu.
Leia Também: AO MINUTO: Kuleba critica PCP; Alemanha envia armas à Ucrânia