Comissária Elisa Ferreira fala em paz mas lembra "contexto dramático"
A comissária europeia para a Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, lembrou hoje que "a paz está no cerne do projeto europeu" e lamentou que as comemorações do Dia da Europa decorram este ano "num contexto particularmente dramático".
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Política Dia da Europa
"Infelizmente, as comemorações, este ano, decorrem num contexto particularmente dramático. A guerra regressou ao continente europeu e com ela a sucessão de violência, de destruição, de desespero, de perda de vidas em nome de ideologias opressivas e de exclusão", assinalou.
Na sua intervenção na sessão protocolar das comemorações em Portugal do Dia da Europa, realizadas em Évora, Elisa Ferreira reconheceu que, apesar de a paz estar "no cerne do projeto europeu" e ter sido "o impulso decisivo" para o seu início, imagens como as atuais, da invasão da Ucrânia pela Rússia, "não são alheias à história da Europa".
"A guerra foi uma constante ao longo dos tempos e marcou a ferro e fogo o século XX europeu. No entanto, nós todos pensávamos ter exorcizado definitivamente esse mal" e as bases do projeto europeu, lançadas por "um punhado de fundadores visionários", tornavam "impensável e materialmente impossível um novo conflito militar no continente".
Antes da invasão da Ucrânia, "esta extraordinária conquista da vontade humana", ou seja, o projeto europeu, "era frequentemente desvalorizada, porque a confiança na paz duradoura era para nós todos um dado adquirido".
Mas a guerra na Ucrânia "constituiu um despertar brutal para a realidade de que a paz, mas igualmente a democracia e a liberdade, são construções frágeis que precisam do nosso compromisso renovado todos os dias", argumentou a comissária europeia.
Segundo Elisa Ferreira, "o nacionalismo, a tirania, a opressão, nunca estão definitivamente banidos, nunca estão suficientemente longe".
"Mas que Europa é esta à qual os ucranianos aspiram com fervor", a que "os Estados dos Balcãs ocidentais pretendem aderir, com tanta intensidade, com tanto interesse", e à qual "a Moldova e a Geórgia também submeteram pedidos de adesão recentemente", questionou.
E, comparou, "como é possível explicar que, em simultâneo, essa mesma Europa seja vista com desconfiança, com pouco entusiasmo por tantos cidadãos que estão dentro e que pertencem aos seus Estados-membros".
Segundo Elisa Ferreira, "há quem veja na União Europeia apenas uma construção burocrática, uma máquina legislativa ou uma fonte de financiamento" ou até mesmo a encare "como uma ameaça à soberania nacional, esquecendo que a soberania ou é partilhada livremente ou ela dificilmente se materializará", afirmou.
A Europa "é uma comunidade de destino assente na solidariedade, na interdependência e no respeito mútuo que torna cada um dos países e regiões" da UE "mais fortes".
"Se alguma dúvida tivéssemos, o mundo pós-24 de fevereiro mostrou-nos novamente que, de facto, o que nos une é muito mais forte do que aquilo que nos separa. E que a velha máxima de que a união faz a força não podia ser mais verdadeira", vincou a comissária europeia.
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