Sanções à Rússia? "Moscovo acaba por cobrar mais e receber mais dinheiro"

O ex-eurodeputado do PS defende que "a insegurança dos mercados tem levado a um aumento das cotações" e, como tal, "Moscovo acaba por cobrar mais caro e receber mais dinheiro".

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Beatriz Maio
19/05/2022 09:29 ‧ 19/05/2022 por Beatriz Maio

Política

Rússia/Ucrânia

O constitucionalista Vital Moreira afirma que as sanções comerciais aplicadas à Rússia, devido à invasão da Ucrânia, "não conseguiram arruinar as suas exportações nem muito menos afundar o rublo" nem 'derrubar' a economia russa, tal como anunciou anteriormente a presidente da Comissão Europeia.

Num artigo publicado no blogue Causa Nossa, o ex-eurodeputado do PS explica que, em vez disso, o oposto sucedeu: "O excedente comercial aumentou e a cotação do rublo recuperou".

Embora a União Europeia, os Estados Unidos da América e seus aliados mais chegados tenham aplicado restrições à Rússia, Vital Moreira frisou que o facto de as sanções não terem o efeito pretendido justifica-se com as grandes economias como a Índia, a África do Sul e o Brasil que não decretaram quaisquer limitações ao país invasor.

Nas suas palavras, "a insegurança dos mercados tem levado a um aumento das cotações, Moscovo acaba por cobrar mais caro e receber mais dinheiro -, daí o aumento do excedente comercial". O constitucionalista argumenta assim que a economia que se está "efetivamente a afundar, em consequência da guerra, é a da Ucrânia", tanto "pela redução da atividade económica nos territórios onde decorrem os combates" como pela "impossibilidade de utilizar a tradicional via marítima para as principais exportações ucranianas", devido à ocupação de alguns portos pelas tropas russas.

Na sua ótica, a ajuda financeira ocidental, sobretudo dos Estados Unidos, tem o poder de atenuar custos, no entanto, "não constitui uma solução duradoura nem infinita".

Leia Também: Livre questiona Governo sobre gratuitidade de testes e vacinação

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