Falando em Braga, à margem de uma visita a um terreno tutelado pelo Ministério das Finanças que as populações querem ver transformado em parque verde público, Catarina Martins sublinhou que a subida das taxas do crédito à habitação "não é surpresa", porque "já houve muitos avisos".
"Achamos estranhíssimo o silêncio do Governo até agora (...). É incompreensível que o Governo veja as taxas do crédito à habitação a aumentar, num país de baixos salários, com tantas famílias endividadas, e não tenha uma única proposta, uma única ideia para salvaguardar o direito à habitação", apontou.
Catarina Martins sublinhou que o Bloco tem feito "uma série de propostas" para combater a especulação imobiliária e a subida dos preços da habitação, para proteger as famílias, mas foram "todas recusadas pelo PS e pela direita".
"O que é extraordinário é que recusam as propostas do Bloco de Esquerda mas não conhecemos uma única proposta do Governo para proteger as famílias que podem em pouco tempo vir a ter um aumento de centenas de euros na sua prestação da casa", reiterou.
As taxas Euribor subiram hoje de novo a seis e a 12 meses para novos máximos desde dezembro de 2015 e setembro de 2014.
A subir em todas as sessões desde 30 de maio, a taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, avançou hoje para -0,008%, mais 0,009 pontos do que na quinta-feira e um novo máximo desde dezembro de 2015.
Catarina Martins aludiu à simulação feita pela DECO que dá conta de que nos "empréstimos médios pode haver uma subida da prestação em 300 euros, se nada for feito".
"Isso não é aceitável, a inflação já está em 8 por cento, os salários em Portugal estão a perder face à inflação todos os dias, não podemos simplesmente deixar que prestações das casas continuem a aumentar e que haja esta perda de rendimentos", rematou.
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