Tribunal Constitucional. "Espero que se encontrem candidatas mulheres"

A 31 de maio os juízes do Tribunal Constitucional (TC) chumbaram o nome de António Almeida Costa para substituto do juiz conselheiro Pedro Machete.

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Marta Amorim
06/06/2022 09:31 ‧ 06/06/2022 por Marta Amorim

Política

Ana Gomes

No seu habitual espaço de comentário na SIC Notícias, Ana Gomes destacou o chumbo do Tribunal Constitucional do juiz-candidato António Manuel Almeida Costa, cuja indicação para juiz do Tribunal Constitucional está envolvida em polémica devido às posições antiaborto que manifestou em 1984, bem como posições sobre jornalistas e segredos de justiça.

O juiz tinha que ter sete votos a favor, o que não aconteceu.

"Acho que foi bom para o país, para as mulheres, para os jornalistas que o tribunal tenha acabado por chumbar esse candidato", começa por dizer Ana Gomes. 

Segundo a comentadora, a substituição vai ser adiada para 2023, "porque haverá outro juiz que também termina o mandato entretanto". 

Ana Gomes diz esperar que esta seja a oportunidade "acabar com o esquema da cooptação". "Isso pode ser feito por iniciativa do Tribunal mas também pode ser feito por iniciativa da Assembleia da República", refere. 

Para a antiga diplomata, deve agora haver a preocupação da "paridade". "Se são dois lugares que vão estar a preencher, espero que se encontrem candidatas, porque as há, capazes, competentes, mulheres, para preencher esse lugares. Para o desequilíbrio não ser tão absurdo quanto o atual, porque hoje é 10 para três (10 homens e três mulheres)". 

Ana Gomes considera tal diferença "obscena e antidemocrática", pelo que espera que seja corrigida. 

Recorde-se que a 31 de maio os juízes do Tribunal Constitucional (TC) chumbaram o nome de António Almeida Costa para substituto do juiz conselheiro Pedro Machete, que terminou o mandato em outubro do ano passado.

De acordo com a Lei de Organização do Tribunal Constitucional, quando um juiz cooptado termina o seu mandato, a escolha do seu substituto cabe aos 10 juízes eleitos pela Assembleia da República e, para ser designado, o indigitado terá de contar com pelo menos sete votos e aceitar a designação.

Leia Também: Marques Mendes sobre Cavaco Silva: "Tem o direito e o dever" de falar

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