Depois da aprovação do colégio de comissários presidido por Ursula von der Leyen para os próximos cinco anos, o europarlamentar social-democrata considerou que o acordo alcançado há uma semana "é o chapéu que abriga o mandato que agora vai começar entre as três principais famílias políticas" no Parlamento Europeu (PE): centro-direita, socialistas e liberais.
Questionado sobre a sustentabilidade desse acordo, já que os socialistas advertiram que não admitirão legislação aprovada com a extrema-direita, Paulo Cunha considerou que "não acredita que haja qualquer tipo de reserva mental".
"Há uma convergência, uma coabitação entre todos", completou.
Da próxima Comissão Europeia, o europarlamentar disse esperar um executivo comunitário "atuante, diligente, capaz de resolver os problemas das pessoas".
O Parlamento Europeu aprovou hoje -- com 370 votos favoráveis, 282 contra e 36 abstenções -- o novo colégio de comissários, novamente liderado por Ursula von der Leyen.
A aprovação surge após escrutínio parlamentar (incluindo audições aos comissários europeus indigitados) e intensas negociações nas últimas semanas entre centro-direita, socialistas e liberais para um acordo político sobre os sete nomes pendentes de um total de 26, alcançado há uma semana e para o qual foram cruciais várias cedências.
Ursula von der Leyen foi em julho passado reeleita para o cargo de presidente da Comissão Europeia, que desempenhará novamente a partir de 01 de dezembro num segundo mandato de cinco anos.
O seu próximo executivo comunitário é composto por 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% de mulheres e de 60% de homens), uma das quais a comissária indigitada por Portugal e antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que vai ocupar a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.
Num contexto de tensões geopolíticas (devido à guerra da Ucrânia causa pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente), de concorrência face aos Estados Unidos e China e de transição política norte-americana, Von der Leyen quer, nos próximos cinco anos, apostar na competitividade económica comunitária, nomeadamente 'puxando' pela inovação, descarbonização e segurança.
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