Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) reiterou, esta quarta-feira, na Assembleia da República que "a pandemia foi uma grande disrupção no Serviço Nacional de Saúde (SNS)" e que "exigia mais atenção", ao invés de se "adiar mais problemas".
Perante todas as adversidades que o país tem enfrentado quanto às respostas do SNS, o Bloco afirmou que "o Governo chega no meio de uma crise de urgências com nenhuma proposta concreta para resolver o problema".
"As divergências entre o Bloco de Esquerda e o PS sobre o SNS nos últimos anos nunca foram um problema de intransigência do Bloco, mas sim de situação de rutura iminente do SNS e da nossa responsabilidade em o salvar", esclareceu a líder bloquista.
Recordou que, em junho de 2019, numa audiência pedida pelo Bloco sobre o encerramento de urgências obstétricas, a ministra da Saúde foi avisada que o problema da falta de profissionais "estava mais agudo e que ia continuar a existir e eram necessárias medidas estruturais e de contratação" ao que Marta Temido respondeu "que iria estudar".
Catarina Martins abordou as horas extras que os profissionais de saúde fazem, sendo que em 2021 foram feitas mais de 21 milhões, criticando a decisão do Governo de permitir esta situação em vez de fazer novas contratações. Reforçou ainda que a sub orçamentação "não desapareceu" e para 2022, números do Governo, "está acima dos 1.100 milhões de euros e o SNS numa situação cada vez mais degradada".
O BE afirmou que "há mais de um milhão de utentes sem médicos de família, faltam anestesistas no Algarve, obstetras no Alentejo, pediatras em Almada" e ainda que "o Governo continua a prometer concursos que ficam meio vazios e até para formar especialistas houve dezenas de vagas que ficaram por preencher".
Assim, questionou António Costa sobre a razão pela qual "recusa a proposta de António Arnaut para a valorização de carreiras e salários com exclusividade dos profissionais", pedindo que, esta quarta-feira, o primeiro-ministro dê uma resposta ao país.
De recordar que Marcelo Rebelo de Sousa considerou na terça-feira que, perante o 'fim à vista' da pandemia, é necessário parar de "remendar" os problemas do SNS e fazer uma reflexão para os resolver de uma vez.
Leia Também: Chega vai hoje pedir demissão da ministra da Saúde