De acordo com a convocatória enviada aos deputados, a que a Lusa teve acesso, a reunião vai realizar-se na manhã do dia do último plenário antes das férias, pelas 11:00.
Da ordem de trabalhos consta a alteração do regulamento interno da bancada no artigo relativo ao número máximo de 'vices' permitidos, que é de dez atualmente.
Na nova proposta, o número de vice-presidentes passará a poder variar entre quatro e doze vice-presidentes, regra que vigorava antes da anterior revisão do regulamento, em março de 2020.
Está ainda previsto que, após esta alteração, decorra de imediato na reunião a eleição como novos 'vices' dos deputados Luís Gomes e Alexandre Poço.
Miranda Sarmento já tinha informado a bancada de que pretendia proceder a esta alteração imediatamente depois de a sua direção ser eleita, o que aconteceu na quarta-feira, com perto de 60% dos votos.
Numa nota à imprensa enviada pelo PSD na segunda-feira, e que tinha sido previamente mandada aos deputados, o economista informava -- juntamente com a lista que propunha a votos -- que imediatamente após a eleição "será proposto em reunião do Grupo Parlamentar a alteração ao regulamento" interno da bancada, e também já eram indicados os nomes dos futuros novos 'vices' a eleger.
Apesar de ter obtido uma das mais baixas votações para uma direção de bancada -- só Fernando Negrão teve menos em 2018, com 39% dos votos -, o novo líder parlamentar do PSD afirmou na quarta-feira estar "satisfeito com a votação" e recusou estar fragilizado ou entrar em comparações com os números obtidos pelos seus antecessores.
Dos 77 deputados da bancada, a direção de Miranda Sarmento teve 46 votos a favor, 20 em branco e 10 nulos (e não votou um deputado, o ex-presidente do PSD Rui Rio).
O anterior líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, tinha sido eleito em 07 de abril, com votos favoráveis de 71 dos 77 deputados sociais-democratas (92%), dois brancos e dois nulos, com dois deputados ausentes das votações.
Um dia antes do início do Congresso do PSD que consagrou a nova direção, Paulo Mota Pinto anunciou que iria convocar eleições antecipadas para a direção da bancada por ter sido informado por Luís Montenegro que pretendia mudar a direção da bancada.
Foram eleitos, num primeiro momento, dez vice-presidentes (o máximo permitido pelo regulamento atual e mais três do que os sete de Paulo Mota Pinto), mantendo-se quatro da atual direção - Ricardo Baptista Leite, Catarina Rocha Ferreira, Paulo Rios de Oliveira e Paula Cardoso -- e seis novos: Hugo Carneiro, ex-secretário-geral adjunto de Rio, e cinco apoiantes do atual presidente do partido, Luís Montenegro - o líder da distrital de Santarém, João Moura, o líder da distrital de Leiria, Hugo Oliveira, o ex-presidente da Câmara de Espinho, Joaquim Pinto Moreira, e as deputadas Andreia Neto e Clara Marques Mendes.
Na eleição de Miranda Sarmento, somando os brancos e os nulos, houve 30 deputados que não deram o seu 'aval' ao novo presidente da bancada, que terá uma direção alargada de 43 elementos (em teoria, teve apenas mais três votos do que os membros que compõem a lista).
Com este resultado, Joaquim Miranda Sarmento ficou abaixo dos 81% obtidos por Adão Silva em setembro de 2020 e dos 89,8% do ex-presidente do partido Rui Rio, em novembro de 2019, mas acima do resultado de Fernando Negrão que, em fevereiro de 2018, foi eleito líder do grupo parlamentar do PSD com apenas 39% dos votos.
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