"Esse PSD [dos tempos da Troika] é o PSD de que todos temos orgulho"

Costa é "primeiro ministro há sete anos" e, portanto, "é alguém que tem responsabilidades enormes da situação em que está o país", defendeu o vice-presidente do PSD.

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Notícias ao Minuto
20/07/2022 23:10 ‧ 20/07/2022 por Notícias ao Minuto

Política

Paulo Rangel

O vice-presidente do PSD, Paulo Rangel, reagiu esta quinta-feira em entrevista à RTP3 às acusações do primeiro-ministro sobre um "velho e revelho PSD".

Questionado pelo jornalista Vítor Gonçalves sobre se o "novo PSD" é o PSD "dos tempos da Troika", Rangel respondeu prontamente que "claro que não", mas esse "é o PSD de que todos nós temos orgulho"

"A Troika foi trazida pelo Governo Sócrates, curiosamente o número 2 do Governo Sócrates era António Costa, e, portanto, não vemos as lideranças pela sua colaboração ou circunstâncias do passado", apontou acrescentando que se Costa "quer associar o Governo do PSD ao de 2011, 2015, que como digo é um Governo de que temos orgulho, então temos de associar o Governo de Costa a graves insucessos do país".

Após esta referência, Rangel lembrou que Costa foi ministro de António Guterres, do governo de Sócrates e depois é "primeiro ministro há sete anos" e, portanto, "é alguém que tem responsabilidades enormes da situação em que está o país". O eurodeputado fez ainda referência ao que Costa disse hoje no debate do Estado da Nação (recorde aqui), no qual reconheceu "que o país está pior". 

Paulo Rangel defendeu ainda que os portugueses não recordam o governo do PSD lembrando 2011, 2013 ou 2015, mas, defende que esse governo foi o "que tirou Portugal da bancarrota" e, por outro lado, o do PS foi o que levou Portugal à bancarrota. 

O político recusou ainda a causa-efeito da guerra na inflação indicando que essa análise não é uma análise, do seu ponto de vista, "exata". "A inflação já tinha um caráter estrutural e bastante elevado antes da guerra na Ucrânia", referiu, acrescentando que se pode combater isso dando como exemplo o governo espanhol que "está a apoiar muito mais as famílias e empresas espanholas" do que o governo de Costa que "tem responsabilidade no facto de as pessoas sentirem todos os dias que estão pior"

O Governo de António Costa desmantelou o Sistema de SaúdeProsseguindo nos seus argumentos, Rangel acusou o Governo de António Costa de ter desmantelado o Sistema Nacional de Saúde (SNS). "O Governo de António Costa desmantelou o Sistema de Saúde", defendeu. 

Rangel apontou ainda, recordando artigos que escreveu em 2017 e 2018, que a política que se está a fazer é "desnatar o Estado Social" com particular foco no SNS e sistema educativo.

Quanto ao novo pacote de medidas que Costa anunciou que iria revelar em setembro, Rangel defendeu que o chefe do executivo "não trouxe a lição estudada" e deveria ter referido o que planeava fazer para mitigar os problemas em vez de "atirar areia para os olhos dos portugueses".

O vice-presidente apontou ainda que o líder do executivo "fez hoje um foguetório" não tendo respondido "às perguntas que lhe fizeram".

O primeiro-ministro num exame académico chumbava que isto é quase plágio.

"Como é que podemos dar credibilidade a um primeiro-ministro que em vez de dar resposta aos problemas do país, anda a agitar só para fazer alguma gincana parlamentar coisas foram do contexto que, aliás, ele não leu", frisou o social-democrata acrescentando que Costa confessou que "estava a usar dados de um livro que não leu".

Paulo Rangel sublinhou ainda que o primeiro-ministro é "capaz de citar sem ler." "O primeiro-ministro num exame académico chumbava. Isto é quase plágio que é citar uma coisa que não leu", defende.

Medidas? "É evidente que há necessidade de ir mais longe"

Paulo Rangel foi ainda questionado acerca das medidas já apresentadas pelo governo, tais como tarifas sociais de eletricidade ou beneficiários das prestações mínimas com um apoio de 60 euros por mês, e indicou que "é evidente que há necessidade de ir mais longe". 

Mencionando o "exercício parlamentar" de Costa - que disse em debate: "eu sei o que é ir ao supermercado" -, Rangel apontou: "Sabe o que é ir ao supermercado, mas não toma nenhuma medida para as pessoas que, neste momento, estão numa situação de grande vulnerabilidade".

Contas do Governo? "Muito generosas"

Sobre as contas referidas pelo Governo, Rangel apontou que "são muito generosas" e que, se se olhar para as parcelas se detetam alguns "truques para chegar àqueles valores"

Quanto à possibilidade de controlo dos preços, Rangel admitiu que "havia uma possibilidade de intervenção" na área da energia e em particular nos combustíveis, não no "fixar de preços, mas na redução fiscal maior do que a que temos hoje". 

Mas, frisou, "mais importante que isso é, realmente, o apoio às famílias vulneráveis e empresas". 

E a inflação a dois dígitos? "Não excluiria isso", apontou indicando que tal já aconteceu em alguns países da Europa. "Nós temos uma equação que será sempre difícil porque a arma de combate à inflação é a subida da taxa de juro, o que, no caso português, não tem... Portugal como é um país altamente endividado e não estou a falar apenas da dívida pública, estou a falar também da dívida do privado, nós vamos ter sempre um processo inflacionário designadamente dos empréstimos à habitação", explicou. 

Ao longo da entrevista, Rangel responsabilizou Costa pelos problemas do país, desde o sistema de saúde à educação, e afirmou que o crescimento do país é "uma falácia", acrescentamos que "estamos a ser ultrapassados" e isso "mostra a incompetência do governo".

Recorde-se que, após o debate do Estado da Nação ocorrido esta tarde na Assembleia da República, o primeiro-ministro, António Costa, reconheceu que há problemas e que o seu Governo fará o possível para os solucionar. 

[Notícia atualizada às 00h04]

Leia Também: "A gestão da ministra da Saúde é frágil e está a criar um caos"

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