O Partido Socialista (PS) agradeceu, esta terça-feira, a Marta Temido, elogiando o seu trabalho durante a pandemia à frente da tutela da Saúde e considerando que a governante pertenceu aos "Governos do PS que inverteram o ciclo de desinvestimento" no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Numa reação no parlamento à demissão da ministra, Porfírio Silva começou por dizer "obrigado" a Marta Temido "pelos anos em que esteve à frente" do Ministério da Saúde, nomeadamente nos "anos terríveis" da pandemia.
O socialista destacou que, nessa altura, foi possível ver a governante "todos os dias, todas as horas", como uma "trabalhadora essencial", a proteger "as nossas vidas" e a "combater a pandemia".
"Sabemos como terá sido duro, mas cumpriu, e cumpriu bem", disse Porfírio Silva, sublinhando que "Portugal teve dos melhores desempenhos a nível mundial no combate" à Covid-19.
Contudo, além desse trabalho, o PS considerou que Marta Temido "ficará na memória de todos porque o merece" e porque "pertenceu àqueles governos do PS que inverteram o ciclo de desinvestimento no SNS".
"Temos hoje mais, muitos mais profissionais no SNS. Temos hoje mais investimento, muito mais investimento no SNS, e a doutora Marta Temido esteve lá, à frente dessa equipa da Saúde que permitiu fazer essa viragem", notou o deputado.
"Obrigado é a palavra que os portugueses e PS têm para si", acrescentou.
"Fez um excelente mandato, deu muito ao país, deu muito do seu esforço, uma trabalhadora essencial", reiterou.
Questionado pelos jornalistas sobre o possível sucessor, nomeadamente sobre o facto de o Bloco de Esquerda ter defendido que não deveria ser alguém da atual equipa da Saúde, Porfírio Silva deixou claro que a "escolha dos ministros é competência do Primeiro-ministro".
"O Primeiro-ministro fará como entender melhor para prosseguir as políticas do PS para a área da Saúde", acrescentou.
Confrontado com uma necessidade de mudança, muito referida pelos outros partidos, o deputado socialista notou que "é impossível" ao Governo ou "a qualquer governante" fazer "tudo aquilo que há a fazer pelo país".
"Fez-se um caminho, esse caminho não acabou, é preciso continuar", destacou.
"Seria um milagre extraordinário se no meio das circunstâncias que o país, especialmente a Saúde, atravessou nestes anos, tudo tivesse corrido excelentemente, agora a verdade é que reforçámos o SNS", insistiu, falando ainda no "sucesso" da campanha de vacinação.
"Certamente que há mais a fazer. A própria ministra estava a trabalhar e deixou trabalho adiantado. Certamente a própria ministra Marta Temido saberá que não deixou todo o trabalho feito, que nunca nenhum ministro deixa todo o trabalho feito", frisou.
O socialista notou que "certamente o primeiro-ministro terá em conta o que é preciso para continuar o trabalho que estava a ser feito" e destacou que "os ministros não trabalham sozinhos".
[Notícia atualizada às 12h54]
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