Políticos reagem a morte de Gorbachev: Ocidente "está eternamente grato"

Os líderes políticos portugueses prestaram uma última homenagem ao antigo líder da União Soviética, que morreu esta terça-feira.

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Hélio Carvalho
30/08/2022 22:23 ‧ 30/08/2022 por Hélio Carvalho

Política

Gorbachev

Não tardaram as primeiras reações à morte de Mikhail Gorbachev, o último líder da União das Repúblicas Soviéticas Soviéticas (URSS), que morreu esta terça-feira aos 91 anos. Através do Twitter, vários políticos portugueses salientaram a importância de Gorbatchev para a paz mundial, especialmente na Europa.

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, prestou homenagem ao antigo secretário-geral comunista soviético, considerando-o "essencial para o fim da Guerra Fria e para a transição democrática no Leste da Europa".

O líder do Partido Social-Democrata, Luís Montenegro, usou o Twitter para elogiar Gorbachev, fazendo uma referência ao Muro de Berlim, que caiu durante o mandato do soviético à frente do bloco comunista.

"Gorbachev derrubou muros, construiu paz e abriu a liberdade a milhões de pessoas. Com ele não tínhamos hoje guerra na Ucrânia. A História reserva-lhe uma página de honra", declarou.

O antigo presidente do PSD, Rui Rio, também afirmou que o antigo dirigente comunista "fica na História" e afirmou que "o mundo ocidental tem de estar eternamente grato pelo seu trabalho em prol do diálogo e da paz".

"Presto-lhe a minha sincera homenagem e relevo a enorme coragem que evidenciou na sua vida política", diz o antigo deputado.

No mesmo partido, o eurodeputado Paulo Rangel considerou Gorbachev como "um protagonista político controverso, mas que foi capaz de 'pôr fim' a um dos regimes mais funestos da história". Em tempos tão difíceis, fazem falta homens desta cêpa", acrescentou.

Também a partir do Parlamento Europeu, o eurodeputado do PS, Pedro Marques, elogiou "quem mais procurou melhorar as relações diplomáticas da União Soviética com o Ocidente":

Mais à esquerda, o deputado do Livre e historiador Rui Tavares, sugeriu que a guerra que hoje assola a Ucrânia nunca aconteceria se o sucessor, Vladimir Putin, "tivesse usado os recursos de que dispôs para seguir" no caminho da "compreensão e paz".

Mikhail Gorbachev (ou Gorbatchov, ou Gorbatchev) é considerado uma das principais figuras do final do século passado, tendo sido o líder soviético responsável pela queda da URSS e pelo fim da Guerra Fria.

Depois de décadas sob o regime comunista, Gorbachev começou a aplicar em 1986 duas políticas que encaminharam o pais para a abertura ao Ocidente: a 'glasnost', uma política de transparência que abria caminho à liberdade de expressão; e a 'perestroika', que abria o sistema financeiro soviético ao resto do mundo, liberalizando o mercado.

As duas políticas contribuíram, contudo, a um elevar das tensões nos países do bloco comunista. Manifestações em países como a Hungria, Checoslováquia, entre outros, resultaram na queda das presidências comunistas e no início do caminho democrático desses países. Gorbachev foi permitindo as dissoluções dos regimes da 'Cortina de Ferro' e apoiou a unificação da Alemanha.

Gorbachev acabaria por sair do poder em 1991, não antes de vencer o Prémio Nobel da Paz, em 1990, pelo papel desempenhado na pacificação das relações entre Este e Oeste.

[Notícia atualizada às 23h15]

Leia Também: Morreu Mikhail Gorbachev, o último líder da URSS

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