A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, comentou, esta quinta-feira, a atitude do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sua visita ao Brasil, onde esteve lado a lado com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Nas redes sociais expressou que "as declarações de Bolsonaro são manifestamente indignas" ao salientar que não acompanha "a evocação" feita de Simone de Beauvoir, citando as palavras do presidente brasileiro: "Ninguém é mais arrogante, violento, agressivo e desdenhoso contra as mulheres, que um homem inseguro de sua própria virilidade".
Mesmo após estas afirmações, Marcelo Rebelo de Sousa manteve-se ao lado de Bolsonaro enquanto discursava, o que para a líder do PAN é "lamentável". "Não posso deixar de lamentar que o nosso Presidente da República não tenha saído do palco quando Bolsonaro disse estas barbaridades", escreveu na sua página da rede social Twitter.
Não posso deixar de lamentar que o nosso Presidente da República não tenha saído do palco quando Bolsonaro disse estas barbaridades.
— Inês de Sousa Real (@lnes_Sousa_Real) September 8, 2022
Na quarta-feira, o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que estava no Brasil "num gesto histórico" e negou desconforto por ter assistido ao desfile cívico militar do 7 de Setembro ao lado de Jair Bolsonaro.
Por fim, na sua terceira publicação sobre o tema, a porta-voz do PAN expressou ainda que "o Brasil precisa de uma viragem política, não de líderes populistas e grosseiros, que mais não fazem do que contribuir para o retrocesso de direitos humanos, o enfraquecimento da democracia e da proteção ambiental".
As declarações de Bolsonaro são manifestamente indignas!
— Inês de Sousa Real (@lnes_Sousa_Real) September 8, 2022
Acompanho a evocação que está a ser feita de Simone de Beauvoir:
“Ninguém é mais arrogante, violento, agressivo e desdenhoso contra as mulheres, que um homem inseguro de sua própria virilidade”.
Em declarações à comunicação social na quarta-feira em Brasília, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "de onde estava não ouvia" as palavras de ordem que foram gritadas pela multidão em apoio ao Presidente do Brasil e contra Lula da Silva, seu adversário na campanha em curso para a eleição presidencial de 2 de outubro.
Questionado se estava confortável por ter estado nesta cerimónia, o Presidente português respondeu: "Sim, sim".
"Eu estou aqui para representar Portugal num momento histórico, fosse qual fosse o Presidente. As pessoas têm de perceber o seguinte: a campanha eleitoral dura X tempo, o mandato do Presidente dura muito mais e a História de 200 anos dura muito mais. E o que fica para a História é que Portugal esteve presente num momento histórico", declarou.
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