"Acho que esta é uma boa oportunidade para o senhor primeiro-ministro poder, junto da União Europeia, defender a sua posição, porque tanto quanto sei a posição dele é igual à minha", ou seja, não concordar com a criação desse imposto, afirmou aos jornalistas, em Mortágua.
Luís Montenegro comentava as declarações do líder parlamentar do PS, que não excluiu o aprofundamento de medidas fiscais de combate a lucros extraordinários, mas considerou essencial que essa solução seja concertada na União Europeia para não deixar Portugal em "desvantagem".
O presidente do PSD lembrou que "foi noticiado a semana passada que ele (António Costa) não concordava com a criação desse imposto sobre os chamados lucros extraordinários e não foi desmentido".
"Portanto, se o primeiro-ministro entende que é essa a posição que o país deve adotar, creio que na União Europeia deve erguer a sua voz, tanto que ele reclamou tantas vezes que era preciso ser uma voz forte na Europa", frisou.
Montenegro lembrou que já anunciou a posição do PSD há mais de um mês, mas considerou que "no PS a questão é mais controversa".
"Nós, no PSD, não somos favoráveis à criação de mais nenhum imposto sobre as empresas, mesmo aquelas que têm, nesta fase, lucros de uma dimensão maior do que é habitual", reiterou.
Isto porque -- acrescentou - "esses lucros já têm tributação" e a tributação sobre a atividade das empresas "é suficientemente grande para ser, às vezes, pouco competitiva na atração de investimento".
"Esta é a nossa posição de princípio, evidentemente, se houver uma decisão à escala europeia, creio que foi o cenário colocado pelo líder parlamentar do PS, nós teremos de enquadrar a questão nesse domínio", referiu.
No entender de Luís Montenegro e do PSD, "cada país deve olhar para essa realidade atendendo à sua própria situação".
"Quando nós definimos políticas fiscais ao nível da União Europeia devemos defini-las de uma forma transversal e não só quando interessa a determinados países", defendeu.
O líder social-democrata disse que "há algumas economias fortes na Europa às quais interessa, e aos seus responsáveis, independentemente da sua natureza política, defender essa matéria", o que respeita.
No entanto, não acha que "Portugal tenha que ir sempre a reboque dos grandes interesses da Europa", acrescentou.
Montenegro recordou os tempos "em que o PS reclamava que era preciso ter uma voz forte na Europa", ou seja, que não devia "aceitar sem reação todas as diretrizes que emanavam das instituições europeias".
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