O deputado único do Livre foi o primeiro a reagir na Assembleia da República às medidas aprovadas hoje em Conselho de Ministros, considerando "incompreensível" a apresentação de "um pacote tão modesto".
Rui Tavares chamou a atenção para "dois problemas" numa das medidas hoje anunciada de uma linha de crédito de 600 milhões de euros, operacionalizada pelo Banco de Fomento.
Na opinião do deputado, o Banco de Fomento "tem de começar a funcionar com outra maneira", uma vez que "não está a chegar às pequenas e médias empresas".
"E isso é um problema, o canal pode não ser o certo", advertiu.
Em segundo lugar, continuou, "não chega, porque um apoio às empresas que pode ir buscar o excedente do IVA, que pode ir buscar a folga que existe nas regras europeias e no próprio défice, que pode ir buscar um imposto sobre lucros excessivos de empresas, pode facilmente ter o dobro ou o triplo do tamanho deste".
"Um governo que já estava atrasado em relação ao debate europeu, um governo do PS que se deixou ultrapassar pela esquerda por governos que são de centro direita na Europa e até pela presidente da Comissão Europeia, vai continuar a esperar para ver, em vez de ir buscar àqueles que neste momento estão a lucrar mais com esta crise algum do dinheiro que é preciso para ajudar os que estão a sofrer mais", acrescentou.
Também a deputada única do PAN, Inês Sousa Real, lamentou que o Governo não tenha avançado com um imposto sobre os lucros extraordinários e apontou para uma "falta de arrojo" por parte do executivo.
"Estar a criar uma linha de mais endividamento, ou seja, ao invés de dar apoios diretos, ao invés de haver uma redução no IRC para que possamos de forma mais séria, ainda que fosse provisória até à discussão do próximo orçamento, garantir que havia um alívio fiscal das empresas e pensando acima de tudo nas pequenas e médias empresas, era fundamental que as medidas do governo não fossem mais endividamento, porque as faturas não vão desaparecer magicamente", alertou.
Inês Sousa Real apelou ainda ao Governo para que execute de forma urgente o pacote de apoio à Serra da Estrela, na sequência dos incêndios.
O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, anunciou hoje um pacote de medidas de mais de 1.400 milhões de euros para apoiar as empresas face ao aumento de custos com a energia.
Em conferência de imprensa hoje, em Lisboa, o governante deu conta de várias medidas, desde uma linha de crédito de 600 milhões de euros, o alargamento de apoios a indústrias de consumo intensivo de gás, apoios à formação, medidas de aceleração da eficiência e transição energética, fiscais, entre outras.
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