"Não colaborar com as autarquias quando se lhe quer atribuir mais competências, mas não se dão os meios para o exercício dessas competências é uma "chico espertice" do Governo", acusou Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas, em Viseu.
O presidente do PSD considerou "natural" que hoje os autarcas, no decorrer do encontro organizado pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) tenham revelado "o seu sentimento de frustração", afirmando que "é legítimo e é compreensível".
O presidente social-democrata falava aos jornalistas no sexto dia do programa "Sentir Portugal", junto à barragem de Fagilde, em Mangualde, distrito de Viseu, em reação às acusações de presidentes de câmaras, no encontro nacional de autarcas que decorreu em Viseu.
No seu entender, o primeiro-ministro "quis anunciar uma grande reforma do Estado" que "seria a reforma das reformas e, ao fim e ao cabo, circunscreve-se a uma míni descentralização que não satisfaz ninguém, nem os autarcas do PS".
"Por mais esforço que façam de apego ao cartão partidário, e nós notamos muitas vezes que eles se contêm em público muito mais do que em privado, por mais que se esforcem, já chegámos à altura em que é indisfarçável e de facto a falta de apoio do Governo aos municípios é gritante", acusou.
Neste sentido lembrou que defende, desde abril, "que o Governo anda a enriquecer, a encher os bolsos, à custa dos contribuintes e, neste caso, as autarquias também são contribuintes, portanto, não podia estar mais de acordo" com os autarcas que se queixam.
Luís Montenegro lembrou os "problemas que afetam os municípios e por via deles as comunidades" como, por exemplo, os preços atuais da eletricidade, do gás e dos combustíveis, e sobre os quais "o PSD propôs a baixa do IVA para 6%".
"Os municípios seriam uma das entidades que iria beneficiar, e de que maneira, dessa medida e, por via disso, naturalmente, alocar recursos que estão a ser gastos em demasia no pagamento desse imposto para o cumprimento das suas tarefas, das suas competências noutras áreas", considerou.
Isto, porque, explicou, atualmente os municípios pagam "a eletricidade e o gás dos seus equipamentos, os combustíveis das suas viaturas com um preço que é muito mais elevado que aquele que constava nas despesas orçamentadas em cada uma das câmaras municipais".
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