Em reunião da comissão parlamentar de Defesa Nacional, os requerimentos apresentados pelo PSD, Iniciativa Liberal e Chega sobre o tema foram 'chumbados' com o voto contra do PS, a abstenção do PCP e os votos favoráveis do PSD, Iniciativa Liberal (IL), Chega e Bloco de Esquerda (BE).
Perante o 'chumbo' do requerimento, o coordenador do grupo parlamentar do PSD na Comissão de Defesa Nacional, Jorge Paulo Oliveira, anunciou que o seu partido vai apresentar, por escrito, um requerimento potestativo para a audição de Helena Carreiras, tal como haviam dito que fariam já na semana passada caso se verificasse esta reprovação.
"Nós não vamos prescindir de ouvir a senhora ministra da Defesa. Por isso, eu quero aqui anunciar à comissão, que o PSD exercerá esse direito e agendará potestativamente essa audição", disse Jorge Paulo Oliveira.
Na discussão que precedeu a votação, o deputado do PS Francisco César justificou o voto contra os requerimentos apresentados, afirmando que "o pior que poderia acontecer sobre este tema" seria "trazer para a praça pública uma discussão política quando essa discussão ainda não é política".
"Trata-se, neste momento, de uma investigação a ser realizada pelo Ministério Público, como é público, e no caso de, efetivamente, ter existido uma violação de dados e documentos portugueses, de uma investigação interna. Portanto, nós devemos ter cuidado na forma como abordamos isso", sublinhou.
O deputado socialista reconheceu que "é óbvio que a este parlamento são devidos sempre esclarecimentos da parte das entidades públicas, nomeadamente do Governo, mas em nada esse esclarecimento sairá prejudicado se ele puder esperar pelas respetivas investigações".
"A credibilidade que este país merece na sua participação na NATO nada ganha com a exposição de alegadas fragilidades técnicas. (...) Nada ganhamos com qualquer possibilidade de aproveitamento político ou de jogo mediático neste âmbito", acrescentou.
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