Ao contrário da única reunião pública entre António Costa e Luís Montenegro, que aconteceu a dois em 22 de julho, desta vez o encontro será alargado ao ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e ao vice-presidente social-democrata Miguel Pinto Luz, "o interlocutor técnico" do PSD sobre o tema do aeroporto.
Na quarta-feira, Luís Montenegro divulgou uma carta enviada ao primeiro-ministro, em que dá conta da conclusão do processo de audições e reflexão interna que o PSD estava a fazer desde julho sobre o tema e transmitiu as cinco condições do partido para concordar com a metodologia a seguir sobre a futura solução aeroportuária na região de Lisboa.
A "realização imediata" de uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), concluída no prazo de um ano, para as opções Montijo, Alcochete "e qualquer outra que o Governo ou a estrutura encarregue de fazer a AAE decidam fundamentada e tecnicamente incluir" é uma das premissas colocadas por Montenegro.
Depois, o presidente do PSD pede que esta avaliação seja entregue "a personalidades de reconhecido mérito técnico, académico e científico" e que seja acompanhada de uma análise comparativa dos custos e prazos de execução de cada uma das localizações em estudo, incluindo as "infraestruturas conexas, complementares" necessárias.
Nas conclusões transmitidas a António Costa, o líder social-democrata reiterou ainda a necessidade de se iniciarem, de imediato, as obras de requalificação do aeroporto Humberto Delgado e de valorizar os aeroportos que servem a região Norte e Algarve e o aeródromo de Cascais.
Pouco depois, o gabinete do primeiro-ministro emitia um comunicado em que anunciava uma reunião com o presidente do PSD para hoje com a presença do ministro das Infraestruturas, após registar a "total disponibilidade" de Luís Montenegro para convergência sobre o novo aeroporto.
Em relação à carta de Luís Montenegro, "quanto ao essencial", António Costa salienta ter registado a reafirmação da "total disponibilidade para se alcançar a maior convergência possível" sobre "a estratégia de desenvolvimento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa" e, em especial, "da aceitação recíproca da metodologia a seguir".
Em 29 de junho, o Ministério das Infraestruturas publicou um despacho a dar conta de que o Governo tinha decidido prosseguir com uma nova solução aeroportuária para Lisboa, que passava por avançar com Montijo para estar em atividade no final de 2026 e Alcochete e, quando este último estivesse operacional, fechar o Aeroporto Humberto Delgado.
No entanto, no dia seguinte, o despacho foi revogado por ordem do primeiro-ministro, António Costa, levando Pedro Nuno Santos a assumir publicamente "erros de comunicação" com o Governo nas decisões que envolveram o futuro aeroporto da região de Lisboa.
Numa entrevista recente à TVI/CNN, António Costa adiantou que estava muito perto de ter um entendimento com o PSD sobre "a metodologia" a seguir para a localização do novo aeroporto de Lisboa, de modo a tomar uma "decisão definitiva" no final de 2023.
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