A líder do PAN, Inês Sousa Real, criticou, esta segunda-feira, o Governo, pela forma como estão a ser tratadas as alterações climáticas em Portugal, nomeadamente a sua inação perante a destruição de zonas como as Alagoas Brancas, junto à cidade de Lagoa.
Esta posição da porta-voz do PAN foi partilhada numa reação a um comentário do secretário-geral da ONU, António Guterres, depois de discursar na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), a decorrer no Egito.
"Acabo de avisar os líderes globais na COP27: Estamos numa autoestrada para o inferno do clima com o pé no acelerador. O nosso planeta aproxima-se rapidamente de pontos de viragem que tornarão o caos climático irreversível. Precisamos de uma ação climática urgente", escreveu Guterres, numa publicação deixada na rede social Twitter.
Na mesma rede social, Inês Sousa Real aproveitou para partilhar a publicação do secretário-geral da ONU e lançar 'farpas' ao Executivo de António Costa.
"Mas depois em Portugal destroem-se zonas como as Alagoas Brancas e do Governo não se ouve uma palavra! Que belo legado estão a deixar para as gerações futuras... não passam do blá blá blá", criticou.
Mas depois em Portugal destroem-se zonas como as Alagoas Brancas e do Governo não se ouve uma palavra!
— Inês de Sousa Real (@lnes_Sousa_Real) November 7, 2022
Que belo legado estão a deixar para as gerações futuras... não passam do blá blá blá https://t.co/DHCGb7IceX
Recorde-se que, no passado mês de outubro, o PAN avançou com uma queixa junto do Ministério Público para tentar travar um projeto imobiliário aprovado para a zona húmida temporária denominada Alagoas Brancas, que classificou como "atentado ambiental".
"Em causa está a preservação de uma das últimas zonas húmidas de água doce do Algarve, a zona das Alagoas Brancas, que alberga uma vasta vida selvagem, incluindo espécies protegidas a nível nacional e europeu", disse, na altura, o partido, em comunicado, lembrando ainda que a Assembleia da República recomendou ao Governo a proteção de Alagoas Brancas.
Várias associações ambientais também têm protestado contra este projeto que, segundo a Câmara de Lagoa, passou por todas as fases de licenciamento previstas na lei.
É de realçar que a COP27, que decorre até 18 de novembro, estão reunidos decisores políticos, académicos e organizações não-governamentais.
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