PCP. Apelos à mobilização para "abanar consciências" dominam Conferência
Corroios, Seixal, 12 nov 2022 (Lusa) -- Apelos à mobilização contra o aumento do custo de vida e à organização de "movimentos de massas" em torno de problemas concretos dominaram as intervenções de dirigentes do PCP ao longo da tarde na Conferência Nacional.
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Quer a nível regional e nacional, quer setorial, os dirigentes destacaram o aumento do custo de vida, a falta de professores na escola pública, o aumento dos lucros dos bancos e da grande distribuição, a degradação do investimento público na Saúde, os problemas na habitação e nos transportes.
Octávio Augusto, da Comissão Política do PCP, pediu aos delegados e militantes presentes na Conferência Nacional, que não alinhassem nas "desculpas" do "capital" para continuar a inflação, seja na energia, nas rendas de casa, na prestação mensal do crédito à habitação ou nos bens essenciais.
O "Pingo Doce apresenta lucros de 419 milhões e a Sonae de 268 milhões de euros", o maior aumento dos últimos anos. A EDP, frisou, lucrou mais 306 milhões de euros e a Galp mais 608 milhões, enquanto os seis maiores bancos "duplicam os lucros", assinalou, afirmando que quem está a financiar estes lucros "é o povo".
"Antes, era a pandemia, depois a seca, depois a guerra, a guerra tem as costas largas", criticou o membro da Comissão Política do PCP, afirmando que o trabalho dos comunistas será, nesta conjuntura, "informar, mobilizar, em articulação com o trabalho na Assembleia da República, de uma forma que contribua para abanar as consciências".
"Que há outro caminho, que a pobreza não se erradica com medidas caritativas e enquanto não houver um aumento geral dos salários", disse.
Antes, o ex-deputado e economista Agostinho Lopes tinha advertido para "o risco de recessão pelas opções políticas centradas nas taxas de juro" e defendeu que "não vale a pena subestimar a gravidade da situação".
"O governo PS gaba-se do crescimento da economia, mas meia verdade pode esconder muita mentira. O dito crescimento é uma ilusão estatística", disse.
Também Fernanda Mateus, que integra a Comissão Política do PCP, acentuou a mesma crítica ao PS, afirmando que "está a deixar arrastar problemas que há muito deviam ter sido enfrentados" como o desinvestimento na educação, com a falta de professores a agravar-se, e na saúde.
A dirigente desafiou os delegados a apostar na organização do partido e na participação "em movimentos de massas" e em torno de "problemas concretos" na vida dos portugueses, na educação, na justiça, nas forças e serviços de segurança.
Da Organização Regional do Litoral Alentejano, Sandra Garcia deu conta das dificuldades em mobilizar militantes para participarem nas festas e feiras de verão no Alentejo por receios de "serem mal recebidos" e de que "pudesse haver provocações", obstáculos que, disse, foram ultrapassados resultando numa "aproximação das massas" ao partido.
João Frazão, membro da Comissão Política, pediu também que os delegados e militantes se juntem às lutas dos trabalhadores e em torno dos problemas concretos que enfrentam nos locais de trabalho, considerando que "os trabalhadores no último mês deram provas de determinação", com greves, plenários e outras formas de luta.
O dirigente destacou as "lutas" em curso no Hospital de Loures, na Transtejo, na Altice, na Administração Pública, no Metropolitano de Lisboa, nos CTT, no grupo Inditex e na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, entre outras.
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