Em declarações à agência Lusa, o deputado da IL Rui Rocha reagiu ao anúncio do primeiro-ministro, António Costa, de que haverá uma nova prestação extraordinária de 240 euros para famílias vulneráveis, considerando que apoios direcionados às pessoas mais carenciadas "fazem sentido em momento de crise" como o atual.
"O que não faz sentido é que estejamos a falar de um milhão de famílias, ou seja, dois milhões, três milhões de pessoas, que têm necessidade desse apoio", lamentou.
Para Rui Rocha, "é inaceitável" que ao fim de sete anos de governação de António Costa ainda haja "dois, três milhões de portugueses que precisam deste tipo de medidas".
"Isso é absolutamente lamentável, revela um falhanço total das medidas económicas e sociais que nomeadamente o PS tem adotado. Esta pobreza recorrente, persistente de que não se consegue fazer libertar as pessoas é de facto constrangedor numa sociedade que nós queremos que seja uma sociedade digna e uma sociedade com equilíbrio entre as pessoas que a compõem", enfatizou.
O deputado liberal afirmou ainda que "não é possível aceitar que haja tantas pessoas em situação de carência e que precisem deste tipo de medidas" e perguntou a António Costa "como é que ele se sente quando recorrentemente há este tipo de situações a abranger muito mais pessoas do que aquilo que seria aceitável".
"Cada vez que alguma coisa destas acontece é o reconhecimento implícito do falhanço na gestão do país, no falhanço da gestão social e económica do país", disse.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje o pagamento de uma prestação extraordinária de 240 euros para um milhão de famílias que recebem prestações mínimas ou que beneficiem da tarifa social da energia.
A medida será aprovada em Conselho de Ministros na quinta-feira e foi anunciada durante uma entrevista à revista Visão, que será divulgada na íntegra igualmente na quinta-feira.
"Esta semana, o Conselho de Ministros vai aprovar um outro aumento, para as famílias mais vulneráveis, de uma prestação extraordinária de 240 euros, que corresponde a um esforço muito grande, tendo em conta aquilo que foi a evolução da inflação neste segundo semestre", revelou o chefe do Governo à Visão.
De acordo com António Costa, este apoio começa a ser pago no dia 23 de dezembro, até ao final do ano.
Leia Também: Rui Rocha quer reduzir despesa para 35% do PIB e rever calendário escolar