Posição de Pedro Nuno Santos "já estava muito fragilizada"
O antigo ministro das Finanças não se mostrou surpreendido com o caso, mas suscitou dúvidas sobre o desconhecimento dentro do Ministério das Finanças.
© Global Imagens
Política TAP
O antigo ministro das Finanças socialista, Fernando Teixeira dos Santos, comentou, esta quinta-feira, a demissão de Pedro Nuno Santos do Governo, considerando que a saída não foi uma surpresa.
Na CNN Portugal, o antigo ministro de José Sócrates, que liderou a tutela das Finanças entre 2005 e 2011, afirmou que o episódio da indemnização da ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, mostra que o país tem "um Governo que tem vindo a ver a sua credibilidade posta em causa, assim como a confiança que os portugueses devem ter nele".
Para Teixeira dos Santos, a saída do ministro não é surpresa, porque "ele viu a sua posição já muito fragilizada com o episódio do despacho do novo aeroporto".
"Penso que tem estado numa posição desconfortável dentro do Governo. As próprias declarações publicas do primeiro-ministro retiraram-lhe alguma autonomia e decisão e, obviamente, que quando se sabe que a TAP terá informado o seu Ministério deste acordo que celebrou com a agora ex-secretária, ele ficou numa situação politicamente muito fragilizada".
O antigo ministro achou ainda "estranho" que o Ministério das Finanças alegue desconhecimento sobre a indemnização paga a Alexandra Reis, mas tem dúvidas sobre se Fernando Medina, o ministro das Finanças, sofrerá repercussões políticas.
Sobre a procura por um novo governante, Teixeira dos Santos vincou que "o país tem muita gente capaz", acreditando que "há gente próxima do PS que estaria em condições de dar o seu contributo". "Falta aqui a capacidade de atrair essas pessoas, de as liderar e de introduzir algum sangue novo dentro do Governo. Acima de tudo, é importante passar imagem que há visão estratégica para o país.", salientou.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, demitiu-se na madrugada desta quinta-feira, juntamente com o seu secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, perante a polémica em torno da contratação de Alexandra Reis para o Governo e da indemnização de meio milhão de euros que esta recebeu, após sair da administração da TAP.
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