Maioria absoluta está a "tropeçar nos próprios pés", diz Catarina Martins

A coordenadora do BE, Catarina Martins, defendeu hoje que a maioria absoluta do PS "só traz instabilidade" e está a "tropeçar nos próprios pés", dizendo que "não se conhece" o projeto do partido para o país.

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Lusa
02/01/2023 18:18 ‧ 02/01/2023 por Lusa

Política

Bloco de Esquerda

"Não se conhece nada [projeto para o país], a não ser o PS a tropeçar nos seus próprios pés, muito contente por ter maioria absoluta", afirmou Catarina Martins.

A coordenadora do BE, que falava aos jornalistas à margem de um encontro com os trabalhadores despedidos do café Embaixador, no Porto, considerou que no PS "só há descoordenação" e "complacência para com o privilégio" que "ofende quem vive do seu trabalho (...) e todos os dias luta tanto para chegar ao fim do mês". 

"A maioria absoluta do Partido Socialista até pode ser estabilidade para os membros do PS, mas é a absoluta instabilidade para o país, como está à vista", defendeu. 

Catarina Martins disse ainda não saber "o que o PS quer fazer com esta maioria absoluta pelo país", considerando "inexplicável" que o primeiro-ministro, António Costa, continue em silêncio. 

"Qual é o projeto do Governo para o país? Alguém sabe o que é o PS quer fazer com esta maioria absoluta pelo país? Não há um projeto de recuperação de rendimentos do trabalho, não há um projeto para garantir bens essências, como o acesso à habitação, não há um projeto para a modernização e o reforço de serviços públicos fundamentais, como a escola pública e o SNS [Serviço Nacional de Saúde]", disse. ???????

E acrescentou, "a maioria absoluta do Partido Socialista só traz instabilidade ao país, porque não tem nenhuma direção para este país".  

Questionada sobre a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, a coordenadora do BE disse ser "claro" que Marcelo Rebelo de Sousa considera que o Governo "deve permanecer em funções". 

"Numa situação de maioria absoluta, essa é a decisão do Presidente da República", considerou. 

Na sua mensagem de Ano Novo, o Presidente da República alertou que Portugal entra em 2023 obrigado "a evitar que seja pior do que 2022", que "não foi o ano da viragem esperada".

Marcelo Rebelo de Sousa avisou ainda que só o Governo e a sua maioria "podem enfraquecer ou esvaziar" a estabilidade política existente em Portugal, considerando que a maioria absoluta dá ao executivo "responsabilidade absoluta".

Leia Também: Bloco de Esquerda defende saída do ministro das Finanças

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