O líder do Livre, Rui Tavares, considerou, esta segunda-feira, que "nenhum Governo de Costa foi tão instável quanto o de maioria absoluta", defendendo que Portugal precisa de "mais responsabilização", além de "modernizar a política com mais abertura, transparência e escrutínio", como por exemplo com a audição prévia de governantes.
"Há um ano, António Costa dizia que maioria absoluta era estabilidade, eu respondia que seria um retrocesso. Um ano depois, nenhum governo de Costa foi tão instável quanto o de maioria absoluta. O país precisa de mais democracia e mais responsabilização", começou por escrever o líder do Livre no Twitter.
"Tal como precisamos de modernizar a nossa economia, também precisamos de modernizar a nossa política com mais abertura, transparência e escrutínio", acrescentou, remetendo para o debate que teve com António Costa no âmbito das últimas eleições legislativas, em janeiro do ano passado.
Para Rui Tavares "a audiência prévia de governantes, como o Livre propõe na revisão constitucional, é um passo nesse caminho".
"Caso não optemos por esse aumento de exigência democrática acabaremos a cometer sempre os mesmos erros e, pior ainda, a vitimizar-nos por situações das quais somos corresponsáveis", notou.
"Um ano depois vale a pena fazer esse balanço para ver quem disse o quê, acertou ou falhou mais ao que hoje é o presente do país. Porque só assim se consegue avançar", rematou.
Há um ano, António Costa dizia que maioria absoluta era estabilidade, eu respondia que seria um retrocesso. Um ano depois, nenhum governo de Costa foi tão instável quanto o de maioria absoluta. O país precisa de mais democracia e mais responsabilização. pic.twitter.com/6QaGa2bBQw
— rui tavares (@ruitavares) January 2, 2023
Sublinhe-se que esta posição surge depois de o primeiro-ministro escolher João Galamba e Marina Gonçalves para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação, respetivamente, na sequência da demissão de Pedro Nuno Santos para "assumir a responsabilidade política" do caso da indemnização de 500 mil euros paga pela TAP a Alexandra Reis, ex-secretária de Estado.
A demissão de Pedro Nuno Santos, que vai continuar como deputado na Assembleia da República, foi a terceira ocorrida no Governo na última semana de dezembro e a 11.ª a atingir um membro do executivo socialista de maioria absoluta.
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