O antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, garantiu esta quarta-feira estar disponível para prestar esclarecimentos no Parlamento sobre o caso da TAP e pediu "descanso" depois de "bons" sete anos na governação do país.
"Foi um prazer. Agora deem-me descanso. Foram sete anos, foram bons sete anos, mas agora vou ter o meu descanso", afirmou perante os jornalistas, à saída da cerimónia de tomada de posse dos novos ministros das Infraestruturas, João Galamba, da Habitação, Marina Gonçalves, e de seis secretários de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa despediu-se de Pedro Nuno Santos com um aperto de mão prolongado, enquanto António Costa deu ao seu ex-ministro das Infraestruturas um abraço caloroso.
Questionado sobre se estaria disponível para ser ouvido na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação sobre o caso da indemnização de Alexandra Reis, aquando da saída da TAP, o antigo governante assegurou que sim.
"Estou sempre disponível para prestar todos os esclarecimentos que forem necessários", garantiu.
O grupo parlamentar do Partido Socialista 'chumbou' hoje os requerimentos do PSD, PCP, BE e Chega para chamar a audições na Assembleia da República Pedro Nuno Santos, Fernando Medina, Alexandra Reis e os responsáveis da TAP.
Os requerimentos foram discutidos e votados esta manhã na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, onde foram 'chumbados' pelos deputados do Partido Socialista, que tem maioria absoluta no parlamento, contra a intenção de voto dos restantes grupos parlamentares.
Contudo, o PSD anunciou que vai recorrer ao direito potestativo, para forçar a audição de Fernando Medina, na Comissão de Finanças, o que, segundo Paulo Rios de Oliveira, deverá acontecer já na próxima semana.
Em 27 de dezembro, o ministro das Finanças, Fernando Medina, demitiu Alexandra Reis das funções de secretária de Estado do Tesouro, menos de um mês depois de a ter convidado para este lugar no Governo e ao fim de quatro dias de polémica com a indemnização de 500 mil euros que esta gestora de carreira recebera da TAP, empresa então tutelada pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, que se demitiu um dia depois para "assumir a responsabilidade política" do caso.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro, António Costa, falou pela primeira vez publicamente sobre a polémica, pouco depois de anunciar os atuais secretários de Estados João Galamba e Marina Gonçalves para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação, respetivamente, considerando que asseguram continuidade de políticas, transparência de ação e experiência, evitando-se "abrandamento" na execução do programa governativo.
[Notícia atualizada às 18h34]
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