BE elogia decisão de Carla Alves, que concluiu "contrário" de Costa
Pedro Filipe Soares lembra que, durante a tarde, primeiro-ministro defendeu que Carla Alves "tinha condições políticas e éticas para continuar" no Governo. Pouco depois, a própria concluiu "o contrário".
© Notícias ao Minuto/Anabela Dantas
Política BE
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, reagiu, esta quinta-feira, à demissão de Carla Alves, que esteve pouco mais de 24 horas no cargo de secretária de Estado da Agricultura, considerando que a agora ex-governante agiu "bem" ao deixar o Executivo socialista.
Remetendo para o debate da moção de censura ao Governo - que foi chumbada - o deputado bloquista lembrou que o primeiro-ministro, António Costa, "passou toda a tarde, no Parlamento", a defender que Carla Alves tinha "condições políticas e éticas" para continuar no Governo, depois de o Correio da Manhã noticiar hoje o arresto de contas conjuntas que esta tem com o marido e ex-autarca de Vinhais, Américo Pereira.
"O Primeiro-Ministro passou toda a tarde, no Parlamento, a defender que a Secretária de Estado da Agricultura tinha condições políticas e éticas para continuar. Minutos depois do debate, a própria, e bem, concluiu exatamente o contrário", escreveu o bloquista no Twitter.
O Primeiro-Ministro passou toda a tarde, no Parlamento, a defender que a Secretária de Estado da Agricultura tinha condições políticas e éticas para continuar.
— Pedro Filipe Soares (@PedroFgSoares) January 5, 2023
Minutos depois do debate, a própria, e bem, concluiu exatamente o contrário.
Recorde-se que, no Parlamento, António Costa, notou que Carla Alves lhe garantiu que declarou todos os rendimentos fiscais que prestou, referindo que confia "na palavra das pessoas".
"Neste caso é claro: o MP já investigou tudo, e vou ser eu a substituir-me ao MP? A não ser que a senhora deputada saiba algo que não sei. Vou demitir uma mulher porque o marido foi acusado? Qual é o caso da ética? É ser casada com alguém que foi acusado?", questionou o primeiro-ministro.
Contudo, pouco depois, o Presidente da República admitiu que o caso não tinha "inconstitucionalidades", mas era um "peso político negativo". Às palavras de Marcelo, seguiu-se a demissão "por entender não dispor de condições políticas e pessoais para iniciar funções no cargo", tal como foi revelado pelo gabinete da ministra da Agricultura.
De recordar que o Correio da Manhã noticiou hoje o arresto de contas conjuntas que Carla Alves tem com o marido, informação divulgada menos de 24 horas depois da tomada de posse como secretária de Estado da Agricultura.
O Ministério Público acusou de vários crimes e mandou arrestar bens do advogado e antigo autarca socialista, que saiu da liderança do município em 2017, num processo de mais de 4,7 milhões de euros que tem mais três arguidos.
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