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PCP lamenta morte de radialista António Cartaxo, "amigo de longa data"

O PCP lamentou hoje a morte do divulgador de música e radialista António Cartaxo, aos 88 anos, lembrando um "amigo de longa data" do partido, que se caracterizava "pela humildade com que falava de si e da sua obra".

PCP lamenta morte de radialista António Cartaxo, "amigo de longa data"
Notícias ao Minuto

14:05 - 06/01/23 por Lusa

Política PCP

"O Partido Comunista Português manifesta à família de António Cartaxo, o seu pesar pela morte do amigo de longa data, o antifascista, o democrata companheiro de muitas lutas", lê-se num comunicado do PCP.

Recordando o percurso de António Cartaxo, o partido frisa que o radialista ingressou na BBC "na fase em que a rádio pública britânica retoma as emissões para Portugal", em 1963, tendo mostrado "especial gosto em passar notícias sobre a situação que se vivia em Portugal com a ditadura".

Segundo o PCP, Cartaxo foi "afastado" da BBC, "juntamente com Jorge Peixoto, já depois do 25 de abril de 1974, acusados de apresentarem uma visão de esquerda".

"No regresso a Portugal, António Cartaxo ingressa na rádio pública portuguesa onde trabalhou 40 anos e onde ficou conhecido pelo trabalho relevante desenvolvido na defesa e promoção da 'grande música', como gostava de caracterizar a música erudita", lembra o partido.

O PCP sublinha que António Cartaxo foi um "homem de cultura, com uma atividade multifacetada, foi professor universitário, autor de obras importantes, e musicólogo".

"Foi como apresentador e realizador radiofónico que se tornou conhecido dos portugueses, através de programas da sua autoria, como: 'História da Música, ou 'Grandes Músicas', entre outros", lê-se, na nota.

O PCP refere ainda que Cartaxo fez parte da "fundação da rádio local Telefonia de Lisboa, um projeto de comunicação social progressista do final da década de 1980, dirigido por Ruben de Carvalho".

Segundo o partido, nessa rádio local, o radialista produziu, a partir de final de 1986, "um programa inovador sobre música sinfónica que, de uma forma didática, inteligente e divertida, explicava a movimentos sociais e políticos a relação das lutas populares e revolucionárias com várias composições musicais, a influência da música tradicional e popular na chamada música clássica e a interação das biografias pessoas dos compositores com os protagonistas do poder económico e político das suas épocas".

"Apesar da qualidade e do reconhecimento da obra desenvolvida ao longo da sua vida de trabalho, era um homem que se caracterizou pela humildade com que falava de si e da sua obra", conclui o PCP.

O divulgador e radialista português António Cartaxo, que trabalhou para a BBC e na rádio pública portuguesa, morreu na quinta-feira aos 88 anos em Lisboa, disse à agência Lusa o jornalista Antonio Borga.

António Cartaxo, que nasceu na Amadora em 1934, dedicou grande parte da vida profissional a divulgar música clássica, sobretudo através da rádio e em diferentes géneros.

"A rádio para mim foi sempre um meio apaixonante. [...] Há outro tipo de rádio que não diz absolutamente nada. Eu gosto da forma como faço os meus programas, contando as minhas histórias de música e procurando tirar o máximo partido do som que a rádio possibilita", recordava António Cartaxo em entrevista à agência Lusa em 2010, quando publicou o livro "Quase verdade como são memórias".

Leia Também: Radialista e divulgador de música António Cartaxo morre aos 88 anos

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