Protesto dos professores? "Esta é a luta pelo futuro do nosso país"
Na marcha de protesto dos professores, em defesa da escola pública e contra as propostas de alteração aos concursos, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusou o Governo de "muitas promessas", mas sem ações na vida destes profissionais.
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Política Professores
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, juntou-se à marcha de protesto dos professores, que se realiza na tarde deste sábado, em Lisboa, pela defesa da escola pública e contra as propostas de alteração aos concursos.
Em declarações aos jornalistas, a bloquista comentou a legalidade das greves dos docentes, que decorrem desde 9 de dezembro, referindo que "não deve ser limitado o direito à greve".
"Não se utilizem desculpas nem para atacar uma luta que é de tanta gente e tão justa, nem para limitar direito a greve. O que nós aqui temos é uma enorme expressão de professores e professoras de todo o país a dizer que a escola precisa de condições e esta é uma luta pela qual temos de estar solidários porque é uma luta pelo futuro do nosso país", declara Catarina Martins.
Na sequência da luta dos professores, a bloquista teceu novas críticas ao Governo de António Costa, acusando-o de "muitas promessas" sem ações.
"Temos ouvido do Governo muitas promessas e muitas palavras e não há ações do Governo. Tantas vezes que foi prometido 'agora é que é' e nunca mais é feito e as escolas estão à espera e as situações degradam-se. Esta enorme demonstração de força da escola pública tem de ter consequências com ação já, pelos salários dos trabalhadores, mas também pelas condições da organização da escola, pelas condições do ensino, é isso que precisamos", concluiu Catarina Martins.
Recorde-se que a marcha realiza-se num momento de grande contestação dos professores, que estão em greve desde 9 de dezembro, numa paralisação convocada pelo STOP que se deverá prolongar, pelo menos, até ao final de janeiro e foi alargada aos trabalhadores não docentes.
Além de reivindicações antigas relacionadas com a carreira docente, condições de trabalho e salariais, os protestos foram motivados por algumas das propostas do Governo para a revisão do modelo de recrutamento e colocação de professores, que está a ser negociada com os sindicatos desde setembro.
Em particular, contestam a possibilidade de incluir outros critérios de seleção, além da graduação profissional, ou de os professores passarem a ser contratados por entidades locais ou pelos próprios diretores. O Ministério da Educação já desmentiu, no entanto, essa informação.
Apesar de as principais reivindicações serem partilhadas pelos sindicatos do setor, a marcha de hoje é iniciativa apenas do STOP e não vai contar com a adesão dos restantes sindicatos, alguns dos quais já tinham agendado uma manifestação, inicialmente para março e entretanto antecipada para 11 de fevereiro.
Entre 16 de janeiro e 8 de fevereiro realiza-se uma outra greve por distritos, convocada pelas mesmas oito organizações sindicais, que também estão a preparar uma concentração em frente ao Ministério da Educação em 20 de janeiro, no dia em que voltam a sentar-se à mesa com o Ministério da Educação.
As paralisações têm levado ao encerramento pontal de várias escolas. Na quarta-feira, o Ministério da Educação revelou que pediu um parecer jurídico à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a legalidade da forma de execução das greves.
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