Luís Marques Mendes, antigo líder do Partido Social Democrata (PSD), mostrou-se, este domingo, solidário com os professores que, nas últimas semanas, se têm manifestado contra o Governo por melhores condições nas suas carreiras.
"Nesta matéria há que ser muito claro. Os professores têm carradas de razão, há anos. Mas há um momento em que tem que se resolver mesmo", considerou, no espaço habitual de comentário aos domingos na SIC, acrescentando que "têm que ser aumentados os salários, sobretudo no início da carreira para atrair jovens", sendo preciso "combater a instabilidade e a precariedade" da carreira docente.
Mas, na visão de Marques Mendes, também é preciso um "gesto de boa vontade" dos professores: "Os professores e sindicatos deveriam ponderar suspender as greves enquanto se concluem as negociações. Uma espécie de moratória. Se as negociações acabarem num acordo, a greve não volta. Se as negociações falharem, retomam a greve."
Isto porque, considera o comentador político, "se [os professores] não gerirem bem isto, correm o risco de perder a razão junto da opinião pública", já que "as greves causam perturbação nas escolas" e "um excesso de greves pode virar-se contra os professores" porque "muito tempo sem aulas pode levar as famílias a considerar que os professores estão a exagerar".
Um "casão"
No seu espaço de comentário habitual, Marques Mendes aproveitou também para argumentar que o mais recente caso polémico em torno de João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros, relativamente à derrapagem do custo das obras no Hospital Militar, é "grave", e que o ministro "tem uma relação difícil com a verdade". "Este é mais um casão do que um casinho e tudo isto é mau", vaticinou Marques Mendes.
O antigo líder do PSD disse ser uma suspeita "séria, que tem credibilidade", apontando as alegadas incongruências entre as declarações de Gomes Cravinho na Assembleia da República e os documentos citados por vários meios de comunicação social, que dão conta do alegado conhecimento da derrapagem no custo das obras no antigo Hospital Militar, que deveriam rondar os 750 mil euros, e que acabaram por se situar nos 3,2 milhões de euros.
Após esta leitura, e falando nos restantes casos polémicos das últimas semanas ligados ao governo de António Costa, Marques Mendes disse: "Tirando para os partidos radicais, isto é mau para todos."
"Isto é mau para a democracia, acima de tudo. E é péssimo para o governo. Mas, mais do que isso, é sobretudo a ideia de que o primeiro-ministro já não controla a situação, parece que já não tem autoridade", continuou o antigo líder social-democrata.
[Notícia atualizada às 22h43]
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