A RAEGE é a Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais e contempla duas estações no país, nas ilhas açorianas de Santa Maria e Flores.
Para o secretário coordenador do PS/Flores, José Eduardo, "é visível a falta de rumo do Governo Regional nesta matéria", salientando que o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) não esclarece "de que forma se irá obter o financiamento necessário à concretização deste compromisso assumido pela região".
"Ouvido em audição parlamentar na Comissão de Assuntos Sociais, o subsecretário regional da Presidência não esclareceu a questão do financiamento, nem tão pouco conseguiu definir uma calendarização dos investimentos necessários para a conclusão do projeto, que segundo o governante deverá rondar os oito milhões de euros em infraestruturas", aponta o socialista, citado numa nota de imprensa.
O dirigente socialista lamenta, também, que a verba inscrita no Plano e Orçamento para 2023 "não seja suficiente para a sua concretização".
"Este é um projeto que envolve o Governo Regional dos Açores e o Governo de Espanha -- através do Instituto Nacional Geográfico -- e que consiste na construção, instalação e exploração de quatro estações geodésicas fundamentais, sendo duas em Espanha e duas nos Açores, nomeadamente em Santa Maria e nas Flores", sublinha, acrescentando que, no caso da Estação nas Flores, "esta é da responsabilidade do Governo".
"Mais uma vez fica demonstrado que a ilha das Flores e os florentinos estão a ficar para trás naquelas que são as opções deste Governo", critica o secretário coordenador do PS/Flores.
Na terça-feira, o subsecretário da Presidência dos Açores revelou que o Governo Regional vai assumir uma "dívida", contraída pelo anterior executivo socialista, para consolidar o projeto de Santa Maria da Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais, "com foco nas Flores".
Pedro Faria e Castro especificou que o anterior Governo Regional, socialista, "não gastou dinheiro nas instalações da estação de Santa Maria da RAEGE [Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais]", uma vez que o investimento "foi feito por uma empresa do grupo EDA - Empresa de Eletricidade dos Açores, a Segma", estando-se agora a "planear o pagamento de uma dívida para consolidar o projeto de Santa Maria, mas com foco nas Flores".
O governante falava na comissão de Assuntos Sociais do parlamento açoriano, na sequência de um requerimento do BE/Açores para ouvir o Governo Regional e o Instituto Geográfico Nacional de Espanha para esclarecer o futuro da estação da Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais (RAEGE) na ilha das Flores.
Na audição, o governante admitiu que o valor inscrito no Plano e Orçamento dos Açores de 2023 "é muito reduzido" para a estação das Flores, mas assegurou que o executivo açoriano vai "alocar as verbas possíveis" e suportáveis pelo orçamento regional, uma vez que "não se quer cometer os mesmos erros do passado" naquela ilha.
Na mesma audição, a presidente do conselho de administração da RAEGE-AZ, Luísa Magalhães, afirmou que se pretende "paulatinamente equipar a estação das Flores, indo-se concorrer a projetos" para efeitos de investimento.
"A calendarização vai depender dos projetos que vamos angariar", frisou, assegurando que o Governo Regional "nunca manifestou desinteresse, bem pelo contrário", na estação das Flores.
Luísa Magalhães referiu ainda que o projeto da estação de Santa Maria "ainda não está consolidado" e que "procura-se financiamento para as Flores", havendo neste momento contactos com o Governo da República para potenciais financiamentos.
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