PRR. "Crime" se não se aproveitar volume de investimento, diz Montenegro

 O presidente do PSD insistiu hoje que tem havido incapacidade de execução e falta de transparência no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), admitindo que será "um crime" se o programa for uma "oportunidade perdida" para o país.

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Lusa
09/02/2023 16:55 ‧ 09/02/2023 por Lusa

Política

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"Eu acho que tem havido duas notas dominantes no PRR, que é: incapacidade de execução, atraso e adiamento na execução e falta de transparência. E a comissão de acompanhamento tem alertado, e não só, o Tribunal de Contas também já alertou para estas duas circunstâncias", disse hoje Luís Montenegro.

O líder do PSD falava aos jornalistas na cidade de Mêda, Guarda, onde se deslocou no âmbito da iniciativa "Sentir Portugal".

"Sinceramente, será um crime nós termos esta oportunidade perdida se, eventualmente, chegarmos à conclusão de que não vamos aproveitar o volume de investimento que o PRR nos trás", vincou.

Montenegro lembrou que tem alertado para a situação e que Portugal tinha inicialmente 16,6 mil milhões de euros no PRR e atualmente dispõe de 18,2 mil milhões, o que quer dizer que "houve um acrescento de 1.600 milhões de euros".

"Eu só posso acompanhar o senhor Presidente da República e todas as entidades que têm alertado para esta situação", acrescentou.

O presidente do PSD também referiu que o PRR está "muito direcionado para o investimento público" e mesmo nesta parte "a verdade é que está tudo muito atrasado".

Quando falava aos jornalistas, disse que estava acompanhado por três autarcas do distrito da Guarda (Mêda, Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo) e que contacta diariamente com autarcas "e eles sabem melhor do que ninguém que quer as Câmaras Municipais quer as Instituições Particulares de Solidariedade Social estão a ser todos os dias confrontados com projetos que alguns foram até instigados para que começassem a andar e que agora ficaram sem dotação".

E prosseguiu: "Outros, são obrigados a ter o projeto numa fase tão adiantada de execução que, no fundo, têm que adiantar o dinheiro para poder depois ter o retorno que o programa prevê".

A situação, referiu, "está a desembocar, de facto, numa ausência completa de execução que seja visível".

"E isso é mau. É mau porque nem para o investimento público o programa está a ter resultados", concluiu.

Luís Montenegro está esta semana na Guarda, o sexto distrito escolhido no âmbito da iniciativa "Sentir Portugal", realizada na sequência do compromisso que assumiu no 40.º Congresso, de passar uma semana por mês, nos diferentes distritos do país.

A iniciativa "Sentir Portugal" do presidente do PSD arrancou na segunda-feira na cidade da Guarda, seguindo pelos vários concelhos do distrito até sexta-feira, com o objetivo contactar com a realidade local e dialogar com os cidadãos, famílias, municípios e instituições.

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