O vereador do Partido Comunista Português na Câmara de Lisboa, João Ferreira, acompanha, na tarde deste sábado, a manifestação promovida pelo movimento cívico Vida Justa - que alerta para que “todos os dias os preços sobem, os despejos de casas aumentam e os salários dão para menos dias do mês”.
"Há uma exigência que percorre esta manifestação, uma exigência trazida pelas pessoas que vieram dos muitos bairros que aqui estão reunidos - a exigência de uma vida justa, de salários dignos, de um controlo de preços que trave este aumento do custo de vida, a exigência de que se cumpra o direito á habitação, à saúde", disse João Ferreira à CNN.
"O PCP, na sua intervenção política tem procurado avançar com propostas concretas que permitam concretizar esta aspiração a uma vida justa, mas essa resposta tem sido inviabilizada quer pelo PS quer pelos partidos de direita", disse ainda o antigo eurodeputado.
Para o vereador, a manifestação mostra a necessidade de viabilizar essas propostas.
Promovida pelo movimento cívico Vida Justa, a manifestação começou no Marquês de Pombal, com centenas de pessoas, que se colocaram a caminho da Assembleia da República.
Em declarações à agência Lusa, Rui Estrela, um dos responsáveis pelo movimento cívico Vida Justa, disse que a participação é, sobretudo, de pessoas de bairros periféricos de Lisboa, afirmando que mais importante do que a adesão ao protesto de hoje é que o mesmo irá ter continuidade, referindo que esta manifestação é “a forma mais sonante” de dar início ao processo de reivindicações junto do poder político.
A opção de terminar o protesto na Assembleia da República foi tomada por considerarem que este “é o espaço que deve ser permeável às propostas e à voz dos cidadãos”, indicou Rui Estrela, referindo que a convocação de uma manifestação é a forma “mais fácil” de se fazerem ouvir, para que possam participar na tomada de decisões e ter a “democracia em pleno”.
Em defesa de “salários para viver”, a limitação do preço dos bens essenciais e “casa para as pessoas”, o movimento Vida Justa nasceu na periferia de Lisboa e é composto por moradores dos bairros da periferia da capital, por pessoas de movimentos sociais e cidadãos de vários setores, como professores, juristas, antropólogos, investigadores, entre outras profissões, que se juntaram para alertar para situações de precariedade vividas atualmente.
Na concentração junto à praça Marquês de Pombal, estiveram representadas várias associações, inclusive esteve presente o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira.
Este protesto decorre quase em simultâneo com uma manifestação de professores e trabalhadores não docentes, organizada pelo Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP), que começou junto ao Palácio da Justiça e que irá, também, até à Assembleia da República.
O manifesto do movimento Vida Justa, que se encontra em processo de recolha de assinaturas, alerta para que “todos os dias os preços sobem, os despejos de casas aumentam e os salários dão para menos dias do mês”.
“As pessoas estão a escolher se vão aquecer as suas casas ou comer”, lê-se no documento, em que os subscritores exigem um programa de resolução da crise que “defenda quem trabalha”, que os preços da energia e dos produtos alimentares essenciais sejam tabelados, os juros dos empréstimos bancários congelados, os despejos proibidos, além de aumentos salariais acima da inflação e medidas para apoiar o comércio e pequenas empresas.
Leia Também: Centenas de pessoas manifestam-se em Lisboa "por uma vida justa"