Segundo informação adiantada hoje à Lusa, o partido pretende ouvir três dezenas de personalidades na comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP, considerando que quando se trata de uma "empresa que é controlada pelo Estado português e cujas operações representam um custo de oportunidade relevante na economia portuguesa, é especialmente importante garantir que tudo esteja a ser conduzido de maneira transparente e justa".
Entre a lista destas audições está, desde logo, o ministro das Finanças, Fernando Medina, bem como os seus antecessores no cargo João Leão e Mário Centeno.
A antiga secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis -- cuja indemnização paga então na saída da TAP está na origem de toda esta polémica - também está nos pedidos da IL, assim como o presidente da CMVM, Luís Laginha de Sousa.
De antigos governantes, a IL quer também na comissão de inquérito o antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos e os ex-secretários de Estado Hugo Santos Mendes e Miguel Cruz.
Já João Nunes Mendes, que atualmente é secretário de Estado das Finanças, a IL quer ouvir na comissão de inquérito pelo facto de ter sido secretário de Estado das Finanças de João Leão e do Tesouro de Fernando Medina.
Outro dos pedidos dos liberais é Maria Antónia Barbosa de Araújo, antiga chefe de gabinete do ministro das Infraestruturas e da Habitação.
Entre os nomes a ouvir está ainda Diogo Lacerda Machado, ex-administrador não-executivo da TAP, e os antigos acionistas Humberto Pedrosa e David Neeleman.
Da TAP, os liberais pretendem ver no parlamento a CEO, Christine Ourmières-Widener, o atual e antigo chairman da companhia aérea, Manuel Beja e Miguel Frasquilho, respetivamente, o atual e o antigo administrador financeiro, Gonçalo Pires e Raffael Quintas.
Os antigos CEO da companhia aérea Ramiro Sequeira e Antonoaldo Neves e os vários sindicatos relacionados com a atividade da empresa compõe ainda esta lista de audições, aos quais se juntam os auditores da TAP e os responsáveis da DGComp com o acompanhamento do plano de reestruturação.
No passado dia 03 de fevereiro, a proposta do BE para constituir uma comissão de inquérito à tutela política da gestão da TAP, com duração de 90 dias, foi aprovada no parlamento, com a abstenção do PS e PCP e os votos a favor dos restantes partidos.
O texto aprovado sem votos contra estabelece uma comissão parlamentar de inquérito "à tutela política da gestão da TAP" que incida em particular entre 2020 e 2022, averiguando a entrada e saída da antiga governante Alexandra Reis e as responsabilidades da tutela nas decisões tomadas.
O inquérito parlamentar à TAP é presidido pelo socialista Jorge Seguro Sanches, que terá como 1.º vice-presidente o deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira e como 2.º vice-presidente o deputado do Chega Filipe Melo.
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