"Ou o Governo dá passos em frente, ou vai continuar a apanhar as greves"

O deputado comunista Jorge Pires alertou para a importância das manifestações do setor da Educação.

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José Miguel Pires
04/03/2023 15:48 ‧ 04/03/2023 por José Miguel Pires

Política

Educação

"O Governo, a única coisa que tem feito é desvalorizar [os professores] do ponto de vista social, profissional e salarial", acusou o deputado do Partido Comunista Português (PCP) Jorge Pires, no Rossio, onde o setor está este sábado a realizar uma manifestação.

Desde a famosa praça da capital, Jorge Pires garantiu que o partido "está onde os trabalhadores estão na luta, com as suas reivindicações, sempre presente", e aproveitou as declarações aos jornalistas para atirar farpas ao Governo de António Costa.

"Esta motivação [dos professores] permite-nos pensar que, ou o Governo dá passos em frente, ou então vai ter de continuar a apanhar com esta luta", alertou o deputado comunista, apontando para avanços "muito curtos" nas negociações entre a tutela e o setor.

"É que estão uma série de coisas em cima da mesa a que o Governo não quer dar resposta, por exemplo, a recuperação do tempo de serviço", disse Jorge Pires, acusando que, atualmente, "é muito difícil" para um professor "chegar ao topo da carreira".

"O que temos observado é que a luta está mais forte. Cada vez que o Governo apresenta documentos, os professores ainda ficam mais mobilizados, porque vão sempre em sentido contrário das reivindicações", considerou ainda o comunista, que pediu uma rápida solução para estes problemas. Até porque "o que está em causa é a escola pública, que é fundamental, não só para a Educação, mas para o desenvolvimento do país".

"Isto não se resolve com colégios privados, mas sim com escola pública de qualidade, gratuita, inclusiva, com professores motivados, valorizados. Enquanto isso não acontecer, o país vai continuar a sofrer com esta situação", vaticinou.

O setor da Educação tem estado em greve nos últimos meses, reivindicando melhores condições de trabalho e a reposição do tempo de serviço congelado. Neste sábado, os docentes manifestam-se em Lisboa e no Porto.

Leia Também: "Aqui, joga-se o futuro do país", diz Mortágua sobre professores

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