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Da "encenação" à "trapalhada". As reações ao sermão de Costa sobre a TAP

Os dois lados da bancada criticaram as declarações de Costa sobre o e-mail do ex-secretário de Estado à CEO da TAP.

Da "encenação" à "trapalhada". As reações ao sermão de Costa sobre a TAP
Notícias ao Minuto

14:53 - 10/04/23 por Notícias ao Minuto

Política António Costa

Horas depois da reação do primeiro-ministro à conversa entre Hugo Mendes, ex-secretário de Estado das Infraestruturas, e Christine Ourmières-Widener, presidente executiva da TAP, os dois lados da bancada criticaram a posição de António Costa, acusando-o de fugir à responsabilidade ou de alegar ignorância.

À direita, as respostas mais rápidas partiram do núcleo duro do PSD. Depois de Luís Montenegro acusar Costa de "impreparação, ligeireza e imaturidade", comparando o Partido Socialista ao Chega, o vice-presidente social-democrata Miguel Pinto Luz acusou António Costa de recorrer ao "estratagema de dizer que não conhecia o e-mail, que não conhecia a informação, que não sabia".

Ainda no PSD, o antigo ministro (e agora comentador) Miguel Poiares Maduro questionou a aparente ignorância do primeiro-ministro relativamente à reunião entre a CEO da TAP e o grupo parlamentar do PS, reunião que foi admitida pela própria CEO durante a audição parlamentar à TAP.

"É inacreditável que o primeiro-ministro não fale de ações dirigidas a subverter os próprios pressupostos do funcionamento democrático que ocorreram no seu governo e partido. Se não as critica então ele próprio tem de ser responsabilizado por elas", disse Poiares Maduro, através do Twitter.

À esquerda, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua aproveitou para atacar a gestão da TAP levada a cabo pelo Governo de Costa, considerando que a companhia aérea foi "sugada por prémios aos gestores e contratos ruinosos, que só beneficiaram o acionista privado".

"Costa garantiu o aumento da presença do Estado, mas não uma gestão pública competente. A escolha não pode ser entre um privado que destrói a TAP e as trapalhadas do Governo", afirmou Mortágua.

Também a coordenadora do partido acusou o primeiro-ministro de nunca aparecer na hora de assumir responsabilidades ou de fazer de conta que não sabia, e afastou a hipótese de avançar, neste momento, com uma moção de censura.

"Temos, na verdade, um primeiro-ministro com muitas explicações para dar ao país, que gosta de aparecer sempre que faz anúncios, mas depois nunca aparece na hora de assumir as responsabilidades ou faz de conta que não sabia", afirmou Catarina Martins, no decorrer de uma visita à zona histórica de Castelo Branco, por causa da política de habitação.

Já o líder da Iniciativa Liberal também recorreu ao Twitter para comentar as declarações de António Costa, aproveitando o privilégio de conta verificada para publicar uma longa reação.

"António Costa esconde-se dizendo que agora é o tempo da Assembleia da República. Como antes disse, noutros escândalos, que era o tempo da Justiça. Mas engana-se. O que já se sabe é demasiado grave para que o primeiro-ministro possa adiar explicações. O tempo da responsabilidade política de António Costa é agora", escreveu Rui Rocha.

Bruno Dias, do Partido Comunista Português (PCP), frisou, em declarações à SIC Notícias, que "há um conjunto vasto e grave de factos que têm surgido na Comissão de Inquérito e no processo de debate político em torno da TAP".

"Houve uma contaminação das práticas da gestão privada para uma gestão pública que continuou como se a TAP não estivesse num estatuto de setor empresarial público".

A porta-voz e deputada única do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês Sousa Real, considerou, também em declarações ao mesmo canal, que "relativamente a todo este episódio da TAP, há um falta de moralização e, até, de decência, na forma como é gerido o serviço público, sobretudo quando estão aqui em causa dinheiros públicos".

"Para nós, os esclarecimentos não estão todos prestados e é fundamental que haja aqui um levantamento do sigilo que já foi requerido ao Supremo Tribunal administrativo para que se possam cumprir as restantes audições", apontou.

Rui Tavares, líder do Livre, sublinhou que a "política nacional se apresenta desencorajadora e com falta de lideranças que tenham sentido de Estado suficiente para colocar o país focado no que é essencial".

"Em cada semana de inquérito da TAP que se passa, parece que há um interesse por parte do atual primeiro-ministro e dos partidos da oposição em afunilarem a coisa ao nível do ministro, do secretário de Estado, do email, e por aí a fora", acrescentou.

Esta segunda-feira, depois de uma semana marcada pelas audições parlamentares a Christine Ourmières-Widener e a Alexandra Reis, Costa considerou que o e-mail de Hugo Mendes a condicionar um voo de Marcelo Rebelo de Sousa era "gravíssimo" e garantiu que "não conhecia" esse email "e, se tivesse conhecido, teria obrigado o ministro [das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos] a demiti-lo, na hora".

[Notícia atualizada às 18h23]

Leia Também: TAP. Costa considera email "gravíssimo", mereceria "demissão na hora"

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