Nem coligação, nem políticos "racistas". PSD demarca-se de apoio do Chega
É a primeira vez que o líder social-democrata se demarca de um eventual apoio político vindo do Chega. Em entrevista, Montenegro disse que não terá um eventual governo laranja onde haja "imaturidade", palavra com que já descreveu - ainda esta semana - o partido liderado por André Ventura.
© Pedro Correia / Global Imagens
Política PSD
O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, rejeitou eventuais acordos políticos com "partidos xenofóbos e racistas", numa entrevista emitida esta sexta-feira pela CNN Portugal.
"Quero garantir uma coisa aos portugueses. Quero garantir que nós não vamos ter no governo nem políticas, nem políticos, nem racistas, nem xenófobos, nem populistas", afirmou o líder partidário num excerto da entrevista, que será transmitida às 22h. "Ou apoio político", continuou, esclarecendo que não haverá uma eventual 'geringonça' à Direita com este tipo de políticas.
De acordo com a CNN, Montenegro vai falar ainda de eventuais acordos com a Iniciativa Liberal, rejeitando, pela primeira vez, uma 'geringonça' com o Chega.
"Não vamos ter apoio político de políticas ou políticos racistas, xenófobos, que tenham posições altamente demagógicas, e, sobretudo, eu não quero, no meu Governo, imaturidade e irresponsabilidade", reforço o social-democrata durante a sua intervenção, na qual fala de um eventual Executivo laranja. Ainda esta semana, Montenegro referiu que tanto o Partido Socialista como o Chega mostravam "impreparação, ligeireza e imaturidade", o que, segundo Montenegro, faz com que estes dois partidos estejam "cada vez mais juntos".
"Há uma alternativa [à Direita]. Sou a alternativa, com o meu partido, o Partido Social Democrata. É tão claro que, mesmo o argumento que é utilizado, e que vale o que vale, e são as sondagens, induz que essa alternativa existe", refere.
Montenegro fala ainda das eleições europeias, que se disputam no próximo ano e defende que cada partido deverá concorrer por si, não rejeitando, no entanto, a discussão com outras forças políticas.
Na próxima terça-feira, Luís Montenegro vai ter uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, depois de uma semana em que divergiram publicamente sobre se o PSD é já ou não uma alternativa ao Governo.
O Presidente da República voltou a afastar no início da semana a hipótese de dissolução, invocando a conjuntura e falta de "uma alternativa óbvia em termos políticos", e Luís Montenegro respondeu dois dias depois indiretamente a Marcelo Rebelo de Sousa, que tinha assegurado não estar no bolso nem do Governo nem da oposição.
"O PSD e o seu líder não estão no bolso de ninguém, têm total independência na sua ação política e o PSD assegura ao país, aos portugueses e ao Presidente da República que é alternativa ao Governo do PS e que estamos prontos para assumir todas as consequências de ser alternativa quando for oportuno", afirmou Montenegro, na quarta-feira.
Um dia depois, o chefe de Estado prometeu avisar se um dia mudar de posição sobre a questão da alternativa política e interrupção da legislatura, confrontado com a afirmação do presidente do PSD de que está pronto para ser Governo.
"Quando eu tiver a dizer sobre essa matéria uma posição do Presidente diferente, eu direi (...) Opiniões há muitas. A posição do Presidente, quem tem de decidir é o Presidente", acrescentou Marcelo.
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