A deputada do Partido Socialista Isabel Moreira criticou, esta segunda-feira, a posição da ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sobre a possibilidade de ser criada uma estrutura a nível nacional para combater casos de assédio sexual nas universidades do país, que rejeitou, apesar de considerar "benéfica".
"Não esperava que a ministra desta pasta falasse 'da sua universidade' em modo testemunhal. Não o pode fazer", começou por apontar a socialista, depois de a ministra ter dado o exemplo da universidade onde estudou, em declarações aos jornalistas desde Esposende, defendendo que estes assuntos "podem ser resolvidos com base na própria autonomia das instituições".
Elvira Fortunato "desacreditou uma realidade que existe onde há relações de poder e portanto em qualquer Universidade", considerou Isabel Moreira, disparando: "Do Governo espera-se apoio ao combate ao assédio, não a sua negação."
Não esperava que a Ministra desta pasta falasse “da sua universidade” em modo testemunhal. Não o pode fazer . Desacreditou uma realidade que existe onde há relações de poder e portanto em qualquer Universidade. Do governo espera- se apoio ao combate ao assédio, não a sua negação. https://t.co/U3Z6BwHWz9
— Isabel Moreira (@IsabelLMMoreira) April 17, 2023
As palavras da ministra, que disse haver "uma série de entidades dentro das instituições que podem ajudar e receber todas essas denúncias", surgem num ambiente de polémica em torno dos alegados casos de assédio sexual que terão sido praticados por dois professores, Boaventura Sousa Santos e Bruno Sena Martins, do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra (UC). Ambos negaram as acusações.
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