Questionada sobre se a visita de Lula da Silva a Portugal estaria comprometida pelas declarações que fez no sábado sobre a guerra na Ucrânia, a líder do bloco respondeu que "não é por esses critérios que se rege a política externa portuguesa".
"A vinda de Lula da Silva tem todo outro significado, tem a ver com o funcionamento democrático das próprias instituições no Brasil que é reposto, direitos humanos serem valorizados, até a própria entrega do prémio [Camões] a Chico Buarque que tinha ficado cancelada porque com Bolsonaro a cultura era desprezada, há uma reatar de relações normais entre Portugal e o Brasil democráticas", afirmou Catarina Martins, no Porto, à margem de uma manifestação de trabalhadores dos bares da CP.
Catarina Martins lembrou que, para o BE, o "início da conversa" sobre o conflito na Ucrânia é a "condenação da Rússia" mas que a União Europeia "precisa de insistir mais na paz, de querer ter paz na Europa".
"Também é verdade que temos apelado a que a União Europeia se empenhe mais na paz, a União Europeia tem aceitado um papel subalterno dos Estados Unidos, não tem tido uma estratégia para a paz e nós não precisamos de condenar a Rússia para defender a paz e isso tem faltado, é preciso defender a paz", salientou.
No sábado, o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu, no final de uma visita à República Popular da China, que os Estados Unidos devem parar de "encorajar a guerra" na Ucrânia e a União Europeia deve "começar a falar de paz".
Em Pequim, Lula da Silva defendeu igualmente que "os Estados Unidos devem parar de encorajar a guerra e começar a falar de paz, a União Europeia deve começar a falar de paz",
No dia 25 de Abril vai decorrer na Assembleia da República a sessão de boas-vindas a Lula da Silva, às 10h00, com um discurso do Presidente brasileiro, seguindo-se, às 11h30, a sessão solene que assinala o 49.º Aniversário da Revolução de 1974 em Portugal.
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