António Costa assumiu esta posição em entrevista à RTP, transmitida hoje à noite, na qualidade de secretário-geral do PS, ao ser questionado sobre o futuro político de Pedro Nuno Santos, que se demitiu de ministro das Infraestruturas e da Habitação em janeiro deste ano.
O secretário-geral do PS começou por reiterar a promessa de não interferir na escolha do seu sucessor e disse que o que tem procurado fazer é "identificar quem são os melhores quadros" do partido.
"Mobilizá-los para a ação política e dar oportunidade para que provem as suas capacidades e que possam ser tudo aquilo que eles desejem ser e que os militantes do PS desejem que eles possam ser", prosseguiu.
Em seguida, António Costa afirmou que "o Pedro Nuno Santos é indiscutivelmente um dos grandes quadros políticos do PS". Interrogado se continua a ser, respondeu: "Claro que é, isso é um dado objetivo".
Questionado sobre as polémicas em que Pedro Nuno Santos se envolveu, com destaque para a relacionada com a TAP, que levou à sua saída do Governo, não provocaram danos, o secretário-geral do PS relativizou.
"A atividade política é uma atividade que tem momentos de sucesso, tem momentos de insucesso, tem momentos bons, tem momentos negativos. A vida de um político não é uma corrida de cem metros. A vida de um político é uma vida, e ao longo dessa vida vai-se sendo sucessivamente avaliado", argumentou.
António Costa deu o exemplo do seu próprio percurso, recordando a derrota que teve em eleições autárquicas há 30 anos quando concorreu a presidente da Câmara Municipal de Loures.
"O engenheiro Demétrio Alves derrotou-me nessas eleições, faz parte da vida política. As pessoas têm de aprender a ter vitórias, derrotas", insistiu.
Nesta entrevista, conduzida pelo jornalista Hugo Gilberto, o secretário-geral do PS defendeu que é cedo para se falar das eleições presidenciais de 2026 ou de quaisquer outras eleições previstas para os próximos anos.
Interrogado se o atual presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, é um bom candidato a Belém e se o PS irá desta vez apoiar um candidato a Presidente da República, António Costa respondeu: "É tudo muito prematuro. Nós não podemos estar a discutir cada coisa tudo ao mesmo tempo. A vida política tem os seus tempos próprios".
"Há de chegar o momento em que se há de discutir quem é que são os candidatos [às várias eleições]", acrescentou.
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