Catarina Martins falou aos jornalistas durante a descida da Avenida da Liberdade, em Lisboa, considerando que é nestes momentos que "se encontra a força da democracia".
"E a força popular está aqui, está na celebração da democracia, que é uma celebração cheia porque vemos como vem tanta gente à avenida e tanta gente pelo país se junta nas mais diversas celebrações do 25 de Abril e traz consigo as reivindicações concretas de que é feito o 25 de Abril: a paz, o pão, a habitação, a saúde, a educação. É aqui que está a força popular, ninguém tenha dúvidas sobre isso", disse.
A líder do BE foi questionada sobre o protesto do Chega durante a intervenção no parlamento do Presidente brasileiro, Lula da Silva.
"As cenas patéticas a que podemos assistir são absolutamente subalternizadas face à força gigantesca popular de quem comemora a democracia, aqui na Avenida da Liberdade e um pouco por todo o país, porque quem sai pelas causas concretas, isso é que conta. É aqui que está a força popular, é aqui que conta a democracia", enalteceu.
Para Catarina Martins, este desfile "faz sempre sentido", mas "é verdade que numa altura em que o Governo parece desculpar-se com as crises para não responder ao país", é fundamental "que o povo saia à rua a falar do que importa".
"Assistimos a cenas patéticas no parlamento. Devo dizer que o importante é esta força popular, as pessoas que saem à rua saem à rua pelo que conta", reiterou, perante a insistência dos jornalistas.
Alertando que "a democracia ou responde pelos anseios populares ou fica em crise", na opinião da líder do BE "quando as pessoas saem à rua para reivindicar esse futuro melhor, a democracia está a fortalecer-se e é isso que é fundamental neste momento".
"Venho a todos os desfiles da mesma forma e continuarei a vir seguramente. Celebrar o 25 de Abril pela avenida não tem a ver com cargos institucionais nem partidários, tem a ver com esta festa da democracia", respondeu quando questionada sobre se este desfile era especial tendo em conta que será o último como líder do BE.
Atrás de Catarina Martins estava precisamente a deputada Mariana Mortágua, que será candidata à liderança do BE na convenção do final de maio.
O Presidente brasileiro, Lula da Silva, desvalorizou hoje o protesto do Chega durante o seu discurso no parlamento, considerando que as "pessoas quando não têm uma coisa boa para aparecer" fazem "essa cena de ridículo", um "papelão".
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