O deputado do Partido Socialista (PS) Sérgio Sousa Pinto considerou que o primeiro-ministro, António Costa, "decidiu afrontar a decisão" do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao manter o ministro das Infraestruturas, João Galamba, no Governo, restando agora ao chefe de Estado "tomar uma posição".
Em declarações na CNN Portugal, na noite de quarta-feira, o socialista começou por dizer que o episódio sobre a permanência de João Galamba no Executivo "tem um elemento grave e outro ridículo".
"O grave é a possibilidade de o país se ver arrastado para a possibilidade de eleições antecipadas, o que eu acho que não serve o interesse nacional. E o ridículo é estarmos na iminência de enfrentarmos eleições antecipadas por causa do ministro das Infraestruturas. Podemos chamar a essas eleições, eleições Galamba", criticou, falando numa "espécie de plebiscito ao ministro das Infraestruturas para saber se os portugueses desejam ou não contar com este ministro em particular no próximo elenco governativo".
"Tudo isto me parece um absurdo", notou.
Interrogado sobre o que o Presidente da República irá fazer, Sérgio Sousa Pinto apontou três opções, defendendo que o primeiro-ministro "decidiu afrontar a posição do Presidente".
"Agora, depois da tomada de posição do primeiro-ministro, sabemos que o Presidente está praticamente obrigado a tomar uma posição, tendo em conta o figurino constitucional", notou.
Para o socialista, Marcelo "não se pode afastar muito da demissão do Governo, invocando para maior assinto o irregular funcionamento das instituições", ou avança com "a dissolução direta da Assembleia da República" ou, "se tiver sangue frio, vai fazer uma ponderação sobre o que é que é pior para o PS e para o primeiro-ministro, António Costa".
"Se é ir a eleições agora ou continuar a transportar esta cruz que tem sido este Governo", rematou.
Recorde-se que António Costa decidiu recusar o pedido de demissão apresentado por João Galamba - uma decisão que foi contra a posição de Marcelo Rebelo de Sousa.
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