IL quer que alunos do 2.º ano deixem de realizar provas em computadores

A Iniciativa Liberal apresentou hoje um projeto de resolução para que os alunos do 2.º ano do primeiro ciclo deixem de realização de provas de aferição em formato digital pelos alunos do segundo ano, considerando não ser certo que crianças dessa idade consigam fazer provas em computadores.

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Lusa
16/05/2023 12:42 ‧ 16/05/2023 por Lusa

Política

Iniciativa Liberal

Em comunicado, a IL anunciou a entrega de um projeto de resolução que recomenda ao Governo que reverta a realização de provas de aferição digitais para alunos do segundo ano de escolaridade, com idades entre os sete e os oito anos.

"O partido considera que não estão reunidas as condições necessárias para submeter crianças do 2.º ano de escolaridade a provas digitais", reclama a Iniciativa Liberal, no comunicado.

Exigindo ao Governo que reverta a decisão, a IL argumenta que nunca se procedeu "a uma análise e estudo aprofundado sobre as capacidades de crianças com esta idade, realizarem provas escritas em computadores".

Segundo o partido, para que as provas sejam de caráter universal, "importa garantir justamente que há capacidades de as aplicar a nível universal".

No entanto, a IL "considera que o projeto-piloto realizado no ano letivo 2021/2022 não foi suficiente para indicar, detetar e acautelar todos os constrangimentos relacionados com a realização das provas de aferição digital das crianças no 2.º ano de escolaridade", refere.

Além disso, acrescenta, "não foi realizado um trabalho preparatório prévio, que é extremamente necessário para que as crianças consigam, com segurança e preparação, realizar as provas em computador".

Uma outra razão apontada pelo partido refere as "dificuldades e falta de condições técnicas que muitas escolas apresentam e que provocam alguns receios para que as provas digitais sejam concretizadas com sucesso".

A IL manifesta ainda preocupação com "a diferença de metodologias pedagógicas nas várias escolas do país", já que, embora muitas usem materiais digitais de apoio à aprendizagem, muitas outras restringem-se ao ensino tradicional, "em que o contacto dos alunos com equipamentos digitais é ainda bastante reduzido".

Por fim, sublinha o partido, "nem todas as crianças têm equipamentos digitais em casa para poderem treinar a escrita em equipamento digital, o que, para além de se tornar um fator de ansiedade totalmente desnecessário, comprova que o acompanhamento fora do meio escolar é muito desigual o que significa que a avaliação externa por esta via irá agravar a reprodução das desigualdades sociais".

As provas de aferição digitais arrancaram hoje apesar de várias críticas de professores e diretores de agrupamentos escolares.

Este ano, mais de 250 mil alunos do 2.º, 5.º e 8.º anos de escolaridade vão realizar as provas em formato digital, o que significa instalar a aplicação para a realização das provas em 250 mil equipamentos.

Leia Também: Crescimento? Governo "em nada beneficiou ou contribuiu" para as causas

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